Esperas que a vida não te atormente
e segues muito imprudente
direcção: esse futuro eloquente
sem olhar para a frente.
É cíclico, algo que já é hábito,
furar pelo mato é o mais prático,
mas eu admiro quem não fica estático.
Petrificado ou adormecido,
já não me lembro de ter vivido,
se não, indicava-te o sentido
na voz de quem tenha morrido.
Ter dúvidas é normal,
parar de pensar é que não,
o meu caminho foi fatal,
vê se chegas ao fim do teu são.
Fui por caminhos usados já outrora violados,
esperei pela coragem mas a preguiça é mais rápida,
agora olho para os estragos, relembrados,
daquela vida parada e flácida.
Futuro.
Preocupo-me com o teu,
como um pastor com o seu gado,
mas aguentei o meu,
agora aguenta tu o teu fado.