Maria que foi que te deu
que não tens chama nem vida?
Andavas tão feliz no céu
e agora andas de asa caída?
Sai dessa letargia, mulher,
e corre doida no teu sonho!
Tens tanto por onde escolher
vai e pisca o olho risonho!
Ah, quem me dera subir alto
e não ter medo de voar e voar,
não ter medo algum do asfalto
e nem do imenso e revolto mar...
Quem me dera aqui uma paixão
que me fizesse andar perdida,
perdida eu e assim o coração
numa paz infinita e garrida...
Mas não sei de nada, de nada,
já nem sei o que é que existe
e passo pela vida só e calada...
Mãe, foi para isto que me pariste?
Sinto tanto a falta de um abraço
de alguém que me reconforte
a assim segura em que regaço
descubra o norte neste desnorte!
Quem me ajuda e estende a mão
e de novo me faz voltar a rir?
Pronto, sou um caso sem solução
e o melhor remédio é ir dormir!
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