Delicadas as fronteiras
dos mundos em que habito
e que,de um lado para o outro,
sem perceber transito.
Neles as coisas podem ser e não ser
quase ao mesmo tempo,
a depender somente das escolhas que fazemos,
das cores que escolhemos,
para cobrir a matéria fina do pensamento.
Porque o que parece importar
as vezes não tem importância própria
mero pretexto, cenário ou trama,
para exercitar o verdadeiro drama
de se fazer escolhas e aprender com elas...
O que será de nós, Ó minha senhora,
que de escolha em escolha nos enredamos,
se delas perdemos os seus sentidos,
e esquecidos dos seus verdadeiros motivos,
nos distraímos com aquilo
que elas parecem ser?
Sublime então o desafio de viver
ao mesmo tempo sustentando
o gosto das escolhas que fazemos
e o fazer das escolhas que gostamos...
Sendo ao mesmo tempo, ator e autor,
da peça que vivendo escrevemos...
Representando os sentidos
que quaisquer outros,
outros poderiam ser
mas, que, sendo estes
aqueles que escolhemos,
nos fazem definitivamente,ao vivê-los,
eternamente responsáveis pelo que vivemos...
O que será de nós minha senhora,
é coisa que eu não sei bem
mas seremos eternamente
responsáveis pelo que vivemos,
e pelas escolhas que fazemos.