Há uma música indistinta,
na floresta,
que, o rumor do vento,
atesta,
nas folhas das árvores,
quando estas roçam seu haver,
no verde, que as viu nascer.
São sons dispersos, na ramagem,
do outro lado da montanha,
até ao explícito, que flui com o ar;
não por haver, senão a demanda,
que eu não soubesse já –
como uma música de outros tempos:
em vãos e falíveis argumentos.
E isto, que vejo e ouço, ao longe,
com olhos de ver,
é uma ferida insolúvel,
daquele, que não pode ter,
nem a música nem a montanha,
por ter dos sons e das águas,
todas as distintas, mágoas.
E no sepulcro silêncio,
com os últimos sons, a descrer,
desta floresta, por imaginar,
volto costas, ao que sei saber,
por ter havido sentido,
quando a alma me falou,
que só uma brisa, aqui poisou.
Jorge Humberto
03/01/11