Hoje entendo o que é ser pobre, degustar de uma unica e triste pobreza.
Talvez dissestes a mim que ser pobre é estar em constante penúria, em escassez de recursos, ou que seria um estado ou qualidade de pobre. Não! Diria a você que isso seria apenas sínteses de um estado que poucos entendem.
Ser pobre é sonhar com o que não tem, mas se desejar com tanta força, que toda a vida perde o sentido por não ter. Se sentir incapaz ou indigno de alcançar o que se almeja. Cantarolar pelos becos a noite ou amanhecer, entre os muros, calçadas e cantos.
Ser pobre e sorrir de estomago vazio e se aquecer com o cobertor que não se tem, se alegrar com a alegria que não se vê, mas se acreditar que existe, apenas ao se contemplar um sorriso leve, sem ronha...
Ser pobre é vê-la desfilar pelas passarelas dos meus sentidos, e me contentar a sorrir sentando na calçada de minha tristeza, tendo a certeza que aqui, jamais irá passar... Ser pobre é não entender se tudo seria um acaso, ou apenas um capricho do destino que quis assim, ser vitimado pela desventura de viver e se ver acometido do constante sonho malogrado. Ser pobre é mendigar amor, pois a fome sacia, a sujeira se limpa, a roupa se troca, o cabelo se corta, mas a alma, a alma não se muda, apenas se enfeita. E sem amor tudo se torna impossível, pois sem ele não há nada...
Ser pobre é a cada dia saber que um dia por alguém fomos lesados e de lá para cá, não mais pararam de nos roubar, mas por covardia, medo ou incapacidade, nada mais podemos fazer, apenas lamentar. Caminhar pelas praças do momentos passados e passar a escrever miúdas palavras apenas por se recordar..
Assim sigo pobre, caminheiro, a contemplar tudo distante, as vezes no frio da saudade, molhado com as lágrimas desta madita nuvem de nostalgia que os ventos do tempo não carrega, pisando descalço neste chão da realidade que castiga, cobrindo-me apenas com estes trapos de lembranças.. Mas sempre assim seguindo, pobre de mim, sempre pobre a te amar...
P.S: Sei que o texto carece de vários correcções e harmonia, mas hoje me senti pobre demais para escrever, deixara aqui registrado apenas este resmungo de um pobre, pobre apaixonado talvez...
"Morremos gestantes da ansiedade que nada espera."