A felicidade está na divergência entre o apetite pela abundância e a consciência pela convivência, vive no ser que procura em algures longínquos de outrem e si mesmo, um desígnio por se sentir infeliz. Essa procura que atravessa séculos, mistura culturas, leva velas de porto á porto, une corações e almas é a aventura mais longa na história do homem, pois ele crê que a sensação que a felicidade traz em pequenos relâmpagos na vida, um dia virá ser eterna.
Mas é ele, dono de um comportamento em prol deste aguardar que não precisa aguardar, pois ele já o tem, porém o vê com desdém. Ele quer primeiro tocar um sonho, que muitas vezes não se compadece com a sua principal procura. E desse modo adia para a última hora a aurora que vem vestida de um vento feliz todos os dias.
Pudor deve ter por não permitir que a felicidade vivesse nele todos os anos celebrados, pudor deve ter ao dizer que no próximo ano serei feliz.