Uma bólide acende o céu do Iraque.
Varre as letras dos jornais, as casas, as vozes
enfraquecidas. Causa a euforia dos ratos,
nos esgotos dos templos. Irrompem os olhos
vacilantes. Irresolutos, e ainda
chamamos a estes gerados da mídia,
de existência. A obra do fanatismo
chega peremptória. Chega e submete
o estertor coração enfermo
de uma liberdade assemelhada
à cortina lenta do teatro de fantoches.
Não há causa possível que abarque estas
longínquas mimeses da loucura.
Nada presume raciocínios humanos,
a não ser na constatação de corpos
estraçalhados, caleidoscópio de postas,
porta-fólio de aço e pele, retorcidos
em dogmas consabidos e consagrados,
de princípios absolutos, de salvação.
Como perscrutar o amor nesta seara
da demência, neste lodo sem luz? Assim,
nos endurecemos ao sol da indignidade,
enquanto a bomba detona nos seios dos homens.
E no colo de Deus.