NO MUDAR DO ANO
Alquebrado, indeciso, moribundo,
Aí vais, de passo lento, extenuado,
A caminho, quiçá, dum outro mundo,
Vencido, abjecto, indesejado.
Assim diria o menos avisado
Pelas guerras e fome que deixou,
Esquecendo que nada é destinado…
O Homem é que a desgraça inventou.
Outro, outro, e mais outro virão,
Para o bem e o mal da Humanidade,
Mas todos, conseguindo dar as mãos,
Nova Luz vencerá a ambiguidade.
Comecemos na passagem meus amigos,
A amarmos com verdade e com respeito,
Façamos do Novo Ano digno abrigo,
Vos apelo com amor e sem despeito.