maduro,puro
amor por ela
fera,bela,tudo,ela era demais
mais do que a própria paz do mundo
era mais,era à paz do universo
a pele branca,rica de tão quão branca era,cabelos cacheados,de cor
intensa e estridente
porém um dia desses ouvi
da minha casa o portão da casa deles bater
como uma placa tectonica,a voz de um baixo irritado
o “Tratado de Tortesilhas” quebrado,o vinho do copo sendo derramado
a pele minha estava toda arrupiada
pensava que o amor não morrera
pelo menos o amor deles nunca pudera morrer
não havia na terra amor igual,eram mãe e filho,vice-versa,musico e instrumento
harmonia e pensamento
mas o mal se des-pôs outra vez
não sabia qual era a verdade que se haviam submergido
para espelhar-se pela cidade tão a sós
só bastou-me escutar o portão bater
não me importava o motivo
não havia motivo para aquela separação
não havia motivo no mundo que pudesse romper-los
o amor deles era imensamente maduro,que nem o próprio Deus pudera
colocar mão
amanheceu sua vida sem ela
sua vida sem ela era o vácuo,o vazio
seus olhos de já não haver nos olhos dela
viam o firmamento se ascendendo do fundo do poço do quintal.
LUCAS LIMA M.