Poemas : 

JANELA DOS DIAS

 
Abro a janela dos dias,
Vejo tempos de venturas,
A brisa dos sonhos sopra meu rosto,
As lembranças afagam meus cabelos.

Olho o jardim crescendo solto,
Flores decoradas e coloridas por si só,
As cigarras irritadas tecendo o verão,
E o céu atrevido formando aguaceiro.

Desvio o olhar ao gato deitado aos meus pés,
Corpo estirado sobre o piso morno em sombra,
Sua figura é a própria preguiça lânguida e viva,
E eu também viajo em sua inércia confortável.

A cadeira balanga, balanga e olho o céu,
Nuvens se formam e eu prevejo um aguaceiro,
Até já sinto o cheiro da mata ao redor toda molhada,
E aquele cheiro de verde e terra entrando nas narinas.

Meu corpo se estende mais na cadeira,
O gato aos meus pés se espreguiça novamente,
Espero os primeiros pingos caindo no jardim à frente,
E fecho os olhos para acurar os ouvidos e os sentidos.

A janela dos dias vai se fechando,
Os tempos vão correndo em minha mente,
O corpo vai se estendendo mais, ainda mais,
E o céu vai se encobrindo, encobrindo, encobrindo.........

EACOELHO


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EACOELHO
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Enviado por Tópico
antóniobotelho
Publicado: 29/12/2010 15:50  Atualizado: 29/12/2010 15:50
Da casa!
Usuário desde: 13/04/2010
Localidade: Viseu
Mensagens: 432
 Re: JANELA DOS DIAS
Bem, obrigado por nos ter dado a ler este fabuloso poema! Está deveras bom!
Está tão natural quanto a sua expressão!
Parabéns!

Cumprimentos poeticonatalícios,

António Botelho