Se nas saudades de hoje,quando recém te vi,
só de imaginar, adivinho as do amanhã
quando partirás para tão longe
que triste panorama, o meu futuro encerra.
E se na minha boca não soluça um pedido
para que fiques,
não murmura a intensidade de como te quero comigo,
é que mantenho a ferros, agrilhoado e mudo,
o monstro egoísta que habita em mim.
Deixar voar a borboleta,
consentir dividir com outros
o esplendor dos seus azuis,
aceitar que as plantas aspirem ao sol
sem tolher a sua copa, quando esta se distancia do solo
exige, coragem e covardia de um coração tensionado entre o medo e a esperança,
quando o agir e o não agir
convergem para uma mesma desgraça.
Mundo sem sentido, sentido sem mundo.
Corajoso e covarde despedir-me-ei de ti
sem um pingo de certeza de ter agido com retidão. Moira, o destino, não poderá ser cobrado por mim das conseqüências dos meus gestos sem ação.
Vá borboleta! Cresça frondosa arvore!
A memória dos teus azuis, o frescor da sua copa altaneira sempre me informarão de ti
E sempre me lembrarão, confuso, da alegria de saber que foste minha um dia e que, por um pouco, muito pouco, não o seguistes sendo.