Ai, que paz
Que eu encontro nesse rio
Até que o vento nos separe
Ó rio torna-me em ti
Desagua-me no mar
Para explorar o mundo
Leva-me rio
Ai, que paz
Ai, que paz
Ao terno vento
Rasgando a negra névoa
O orvalho, o alento
Destrói-me este tormento
Despedaça a loucura
Leva-me até ti
Vale a pena tentar
Até que o vento nos separe.
Sede de fogo vivo
Emproada timidez
Queima o sentido lindo
Somos dois amantes, talvez
Tentaremos nos roubar
Tentaremos perdoar
O sentimento raptar
Até que o vento nos separe
Vai terra
Cobre-me já
Neste imenso buraco
Levai a morte a meu cargo
Cobri meu desdém
Quando aqui já não estiveres
Irei mais por ti chorar
Ambos distintos seres
O vento a nos separar
Quando é que serei fumo?
Rápido a roubar visão
É triste viver um sonho
No meio da solidão
O amor não é tudo
Para mim, alcança-me a sorte
Peço a Deus um último pedido
Separados até à morte
Pedro Carregal