Non te namores meniña

Camarada,
Para mim, não há autor em Língua Portuguesa cuja musicalidade seja superior ao Martim Codax, ao Eugénio de Andrade e ao Manuel Maria Barbosa du Bocage. Estes são a trindade da Poética sob essa essencial componente do saber fazer poético. Persigo-os há anos, por vezes com algum sucesso, mas a maior parte só nas cercanias, talvez como antigamente, nos tempos dos meus pais, casados há cinquenta anos, se namorava: da esquina da rua á janela, quantas vezes sem sequer uma palavra fosse possível pronunciar. A unidade da Língua é algo que até pode ser perigoso para a própria Língua, antes acredito que é na diversidade que a Língua pode ser pródiga, mas o certo é, a meu ver, que só é possível existir um acordo de índole ortográfica, de facto, com a participação da Galiza.
Camarada, só me resta dizer isto: muito, mas muito obrigado por este comentário.
Um abraço
Xavier Zarco