Poemas : 

Transplante

 
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Dou
e sem querer
ou parecer
perco um nada do que sou.

Quando me ofereço, sem medo vou;
quando me estou a oferecer
e dou o meu ser,
esse ser em mim acabou.

Sei que esse excerto
encontrará anticorpos que o irão rejeitar,
estou certo.

Já que me dou, que me estou a dar,
torno-me tatuagem de tão perto,
sem me poder descolar.



Sou fiel ao ardor,
amo esta espécie de verão
que de longe me vem morrer às mãos
e juro que ao fazer da palavra
morada do silêncio
não há outra razão.

Eugénio de Andrade

Saibam que agradeço todos os comentários.
Por regra, não respondo.

 
Autor
Rogério Beça
 
Texto
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Enviado por Tópico
JBMendes
Publicado: 24/12/2010 19:23  Atualizado: 24/12/2010 19:23
Autores Clássicos
Usuário desde: 13/02/2010
Localidade:
Mensagens: 5222
 Re: Transplante
Caro poeta Rogério Beça - Li seu poema contendo cocluões preciosas sobre o doar-se. Mas amigo entre poetas afins pode não haver regeição.
Aproveito para enviar minha mensagem; Poeta, venho acompanhando o seu trabalho
e se pouco comento é porque quem “É” não precisa “SER”...
Aproveito este tempo de intensas vibrações
místicas, que impregnam o nosso pensamento
de poderosas energias, para enviar-lhe meus votos
de Feliz Natal, Não só para o dia de Natal,
mas para todos os dias que hão de vir...
JBMendes

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