[Ah, conta-me: para quem brilham os teus olhos?]
eu te vejo...
eu te quero,
eu te desejo,
— incondicionalmente!
Mas os meus olhos,
augurando perigos mil,
negam o corpo pulsante
em frêmitos de ânsias!
E assim, miseravelmente,
fogem os meus tíbios olhos
do incêndio dos olhos teus!
[sexo é [também] coragem?]
Mal escrito no meu olhar
está este amor incontido,
está este saber de ti
que não sabe de mim...
Eu — garimpeiro
de mim mesmo —, vejo
o brilho de teus olhos...
mas nunca me acho!
[Desdigo-me: poupa-me,
nem me conta nada!]
[Penas do Desterro, 21 de outubro de 2010]