A emenda sai sempre pior,
embora sem intenção tente
tornar o leste em ocidente,
ou transformar ódio em amor.
Sendo orgulho a falha maior,
a emenda é uma crente
e acredita-se à frente
da versão prima, anterior.
Tem na mão a faca, o queijo,
é sempre a última a rir,
é o sabor com que fica o beijo…
Entre riscos e o porvir
a emenda vive dum desejo:
nascer de sentimentos a fluir.
Sou fiel ao ardor,
amo esta espécie de verão
que de longe me vem morrer às mãos
e juro que ao fazer da palavra
morada do silêncio
não há outra razão.
Eugénio de Andrade
Saibam que agradeço todos os comentários.
Por regra, não respondo.