Estou no canto do quarto
Sentado numa velha cadeira de madeira
Onde e desobedeço à intenção nua
A imediata tua
Às intermitências do silêncio induzidas pelo teu gotejar
A esse corpo, gemido
Disposto, deitado
Convocado subsisto imóvel
Totalmente impassível
Enlaço o incêndio em flamas interno
O sangue respira um vermelho devasso
Num chão de vacilar
Tentas…
Tentas uma reacção
Um gesto que denuncie a minha vontade
Não o irás ouvir agora, não ainda
A violência das queimaduras guardo-a
Fito-te nos olhos e continuará por descobrir
Neste olhar castanho opaco
Tentas…
Tentas uma reacção
Insegura tão bela és, acaricias-te entre as pernas
E eu…
«Antes teor que teorema, vê lá se além de poeta és tu poema»
Agostinho da Silva