Dói o consumo sofrido
Da réstia do acre sabor
Num impasse consentido
Entre as vestes do bom actor
Efémero sentir perdido
Entre a dor do puro amor
Na áurea do assumir retido
De algo para que não há clamor
Sortilégio de seco rancor
Sustentado pela agonia
No suporte da imensa dor
De um dormente estado inerte
O rebanho perde o pastor
Ofuscando toda a sintonia
Num tempo já sem valor
E no semblante a lágrima verte
Sentado num tempo só
Onde visiono a esperança
Com um activo brilho nos olhos
Recordo a tristeza sem dó
Aguardando que a bonança
Emerja de entre os escolhos
António MR Martins
2010.12.21
António MR Martins
Tem 12 livros editados. O último título "Juízos na noite", colecção Entre Versos, coordenada por Maria Antonieta Oliveira, In-Finita, 2019.
Membro do GPA-Grupo Poético de Aveiro
Sócio n.º 1227 da APE - Associação Portugues...