Alguém, sem saber quem
Vai dizendo coisas da razão
A cair entre aqui e aquém.
É discurso torneado
Sem espigões aguçados
Que crava com dizer de agrado,
Flores de porte inflamado
Nas costas da turba quieta.
É de contorno que nunca diverge
Da vontade derreada do indivíduo,
Quando feita de lide que submerge
Dentro do conteúdo mais incómodo
E lá fica sem desmando,
Que esse já não surge.
Alguém sem saber quem
Diz coisas que ditas assim
Casam a probabilidade com a razão
E arrojam os pés pelo chão
Em marcha de arresto
Por terreno pasto,
Credor de materno pão.
Entre aqui e aquém,
Ali e além,
Há protestos sob os cavalos
De cascos aos estalos
A trepar pelo trote,
Sem querer chegar ao galope
Ainda morto por sorte,
Ainda morto e torpe.
O discurso não desfalece
Nem a vontade é o que parece
Valdevinoxis
A boa convivência não é uma questão de tolerância.