fotografia de autor:"Corpus"
Autor: Paulo S.
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Como nódoa na imaculada presença do branco
em rasto
negra tinta a dos meus olhos ,ao cair
no que me resta,
como nanquim em desperdício,em fuga,
marca suja , indelével ,tatuada
na pele,ou no papel da tela imensa
infinito sem nome,sem palavra
tinta do meu sangue de vermelho misturada
geometria no espaço caótico da consciência
do ser nada
e por muito que se desenhe o traço lógico
do viver e do morrer,
que se formem ângulos rectos,obtusos,
ou símbolos abstractos em belos desenhos concretos,
por confusos
ou difusos
nada ver.
.
Da beleza que imaginas construir
restarão apenas pedras ,
cinzas a rolar num outro chão
uma antiga grécia comida
e mastigada pelo tempo
um pensamento distorcido
mentes outras
outro sentido
caminho imprevisto
por outras certezas
uma nova estranheza
um sentimento revisto
uma verdade inventada
ou então nem isto.
Nada-
És pedra já,e aqui te tombas rolada
és a minha dura e aguçada aresta
lápide em mim nomeada,
minha escura ,inútil
e sangrenta morada.
Repito:
Como nódoa na imaculada presença do branco
em rasto
negra tinta a dos meus olhos ,ao cair
no que me resta,
como nanquim em desperdício,em fuga,
a marca suja , indelével ,tatuada
na pele,ou no papel da tela imensa
infinito sem nome,sem palavra
tinta do meu sangue de vermelho misturada
na geometria no espaço caótico da consciência
do SER
NADA.
cruz mendes
e ao tudo deste nada pertencer.