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O Milagre da Ceia de Natal

 
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Éramos quatro: Mamãe, papai, Débora – a minha irmã – e eu: Obed Hassan. Família cristã protestante, tementes a Deus. A nossa família estava vivendo dias difíceis – faltava tudo, algumas vezes, até mesmo o alimento. A nossa mãe , sempre nos fez entender que, diante das dificuldades devemos não murmurar. Deus estará conosco nos bons e maus dias; na fartura e na falta dela. Assim, tínhamos a certeza: dias melhores viriam.
A mamãe sempre nos exortava a nada falar com os vizinhos; nada comentar sobre as nossas necessidades - passageiras -, nem mesmo com a família.
A comida era tão escassa... Eu vi várias vezes a mamãe deixar de comer, para repartir comigo e com a minha irmãzinha o pouco do alimento que tinha as mãos. Eu entendia e, comia um pouquinho e devolvia para ela, dizendo não querer mais. Mesmo assim, ela guardava e dizia: mais tarde você come! Quando o papai voltava com algum alimento, ela comia. Na hora das refeições, a nossa mesa era posta, como se o alimento estivesse pronto para ser servido. Sentados, e reverentes, orávamos à Deus, pelas famílias que estavam a alimentar-se, também por aquelas que, estavam na mesma situação que nós.
Esperávamos poder desvirar os pratos e neles pôr o alimento.
Mamãe dizia: o crente pede a Deus e Ele envia os homens para nos saciar.Não precisa mendigar,filhos.
Há quem confie em homens, mas nós, devemos depositar nossa confiança em Deus!
Em oração, louvávamos ao Senhor, alegrávamo-nos na Sua presença. Assim, a fome passava... O Senhor Deus nos sustentava.

Lembro, porém, que em uma véspera de Natal, estávamos em oração, nada havia nos armários para a nossa Ceia Natalina. Mamãe levantou um clamor -moderado - ao nosso Deus; não alto, ela era discreta sempre nos ensinou a sermos discretos.Ela dizia: Deus não é surdo!
A oração que mamãe estava a fazer era fervorosa. Ela dizia que, gostaria de ter um Natal com alimentos a mesa. Um vizinho escarnecedor ficou com os ouvidos colados a nossa porta, para ouvir a nossa oração, quando mamãe pediu ao Senhor Deus, para nos mandar provisão,o vizinho pensando em nos pregar uma peça, astuciosamente, comprou uma feira, e nela colocou até mesmo supérfluos - Estávamos acostumados com o básico –, bateu a nossa porta, ao abri-la mamãe deparou-se com o escarnecedor que, sorridente falou: – olha o que o diabo, mandou para vocês!
Mamãe calmamente pegou a feira das mãos do herege, e em alta voz, glorificou ao nome do Senhor Deus dizendo: “Glórias te damos ó Deus, por usares o diabo para nos abençoar.
O homem saiu envergonhado. Tivemos alimento na Ceia de Natal!Houve fartura na nossa mesa;sorrisos e agradecimento a Deus!



EstherRogessi.Escritora UBE. Mat.3963.12/10
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Quando descobri o que sou para Deus a opinião da oposição, a meu respeito perdeu o efeito; quando me conscientizei do que Deus é para mim dispensei intermediários.

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Esther
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