O homem não quer só flores na sua campa.
Quer o eterno pesar da sua ausência.
Não quer só o comum luto na nossa roupa.
Mas sim naftalina na nossa memória.
Quer nos inconformados
Quer-se em nosso pensamento
Onde o intelecto ousa a discórdia
Com o terceiro mandamento
Quer que questionemos
Toda a nossa existência
Que espremamos a nossa fé
Que espremamos a nossa ciência
E quando por fim nos apercebermos
Que em resposta alguma encontraremos paz
Engolir-nos-á a nossa angústia
De não poder voltar atrás.
E então choraremos ás escondidas
As lágrimas conseguidas entre nós
Chorá-las-emos sempre.
E esta é a única forma
De o homem se eternizar
Na memória de outros homens
Pela obra que criar.