Paro tudo para ver a chuva. À noite,então,espetáculo imperdível. E hoje,ela cai enfurecida. Ou seria,feliz da vida? Vem acompanhada pelo vento que tira as gotas pra dançar.Magnífico bailado iluminado pelas luzes da cidade. Melhor ainda quando vem em noite alta,avenida emudecida,quase deserta. Só o barulho da chuva,chuvarada… E dos trovões,relampejantes,poderosos e abusados. Raios partam a minha tristeza!
E o cheiro? Ah, o aroma da chuva! Aspiro este cheiro de vida, de terra molhada. E de onde ele vem? Dos tímidos jardins, dos minúsculos canteiros que sobrevivem cercados pelo cinza do concreto proliferante. Mas talvez ,também, venha de longe,muito longe. Trazido pelo vento forte que gosta de dançar com a chuva.
Chuva,chuvarada…Aos poucos,ela se acalma. Cai mansinha,extasiada. Como quem acaba de fazer amor..
Estendo,então,a minha mão e me despeço dela,levando comigo o seu frescor e agradecendo a sua graça.
Vou para a minha cama,inspirada pela chuva, em busca dos meus braços amados e percebo que,às vezes,ser feliz é muito simples.