Uma garrafa
bem cheia desse líquido alucinante;
um cigarro
bem forte e dolorosamente consumível;
ao longe ... suspiros ...
amantes natos e, música!
um mundo imaginário,
flutuante,
onde as águas sobrevoam o céu
e as plantas mostram as suas raízes,
em céu aberto, coberto de sol e água...
um mundo onde os astros
beijam o chão que os cobre,
e o homem sente, na pele,
o sangue que lhe falta no corpo;
um salto de cavalo de crinas de prata
e um berço mundo de homens moribundos...
e na garrafa a caravela dos sonhos;
e no fumo do cigarro a alma que se espaira!
... e os suspiros ... tu e eu ... adormecidos!
... tu e eu adormecidos um do outro
embebidos na bebida que nos absorve,
queimados lentamente até às cinzas,
e a lua, cinzeiro de pó, candeeiro em fogo
que se consome, por si, em nada!
enquanto nós, tu e eu ...
... amantes natos ao som deste som ...
... ... ... ... ... ... ... ... hum!
cdjsp