Poemas : 

Entre dentes

 
Tags:  Gengivas da fome  
 
Não existirás sem seres o teu próprio
Atearás choro com agua em lume.
Não existirá dor que tu não sintas
Ao continuares a ser energúmeno.

Não serei estofo para as tuas lágrimas
Nem tão pouco o teu conselheiro,
A vida são pequenas páginas
Que lês o dia inteiro.

Irás provar teu cálice de sangue ardente
Na colher com bordas de prata
Não existirá riqueza nem boa gente
Que te salve enquanto a vida te mata.

Quantos gritam de dentro do seu peito
Fome e desdém que fazem sentir
Na hora é guerra, e não respeito
Tanto louco a permitir.

Tão delicados e hábeis
São frustrações delinquentes.
Puta da mania que são sabios
E batem com a língua nos dentes

Não quero saber. Não quero imaginar. Quero ter vida para além de ti e de mim.
Quero provar e aceitar, fechar-me dentro de ti e saborear
Rasgar-te toda e colar a tua alma na minha.
Morrer e nascer de novo, nascer e morrer outra vez..

Não quebro o meu medo sem sentir receio
Que se foda quem já viu tudo.
Para muitos este mundo chama-se recreio
No qual não crescerei mudo!


Nuno Nebel

 
Autor
NunoNebel
Autor
 
Texto
Data
Leituras
1150
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
5 pontos
1
2
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
Jmattos
Publicado: 10/06/2015 18:00  Atualizado: 10/06/2015 18:00
Usuário desde: 03/09/2012
Localidade:
Mensagens: 18165
 Re: Entre dentes
Nuno
Sei que gostei! Beijos!
Janna