Sonho que abres os olhos na minha dor
e que fazes da minha insónia teu esqueleto
quem és que procuras porque me visitas
nestes escassos metros de liberdade e de paz
na permuta das palavras descobertas?
.
vai-te! e que a vida ou a morte
lá na dimensão das coisas irreais
te cative e destrua essa pele minha mas vivida
.
e se à noite me tornar a construir
no corpo d'uma insónia de palavras
não bebas a comunhão dos meus lábios
na métrica da dor dos meus poemas.
Fernando Manuel Pereira