Morro em teus cantos tintos
Balsa em vaga bravia
Mosto cru degustado
Musculo vinolento, embriagado
De turva língua abespinhada
Aos teus olhos meus incrédulos
Que eras ventre afagado
Pátria dos meus aconchegos
Hoje riacho que verte os regos
No álcool por correres lágrima.
Na parede calendários
O pretérito esmagado
Corrente alterna da idade
Continua disparidade…
Vamos parar de correr
Que horas são?
Para eu morrer.
Grumo de nada somente…
Rés asilada num escombro
Gente cunhada no chão
Desprezo poeta de paixões
Prostitutas caridades
As rosas paraplégicas
Sem espinhos, analgésicas
Vasos de parapeito
Debruçado amor prefeito
Cadente qual estrela morta
Sem presente no olhar
Boca sem saber amar…
Doca onde aporto etílico
Desesperanço hemofílico
És ferida a jorrar
O meu sangue sem parar
Com relâmpagos na voz
Somos a primeira pessoa…
Nunca mais seremos nós.
Vamos parar de correr…
Deixa amor…
Vou morrer.