Tenho o coração internado numa psiquiatria urgente.
Enlouqueceu ou deprimiu pelo fumo do cigarro…
Por ausência de gente.
Antes era de um bater, desembraio alucinante que descia pelas pernas e atava a faringe.
Para aí ontem à noite uma síncope assassina compassou como quem finge.
Falou um dialecto estranho, coisas de ódio e injúrias carregadas de rancor…
Tanta mágoa confundida mergulhou feio na bebida para afogar a dor.
Tocaram discos antigos, vícios velhos inimigos cheiraram efémero o corpo.
Então uma noite branca com uma raiva que era tanta gritou, o amor está morto.
Fui com o fumo do cigarro e com as chaves do carro outra vez olhar o rio.
Coração vil e bastardo, esquizofrénico e parado…
Vai para a puta que pariu.
Desaguou a melancolia no estuário quase de dia ás horas do meu passado…
É melhor estar sozinho a jorrar prantos de vinho do que mal acompanhado.
Como o coração está louco e não dou sequer um pouco para ir á condição…
Basta que passe por mim outro coração no fim para lhe pegar na mão.
Esta merda de poesia era coisa que não fazia senão quando tinha azia ou estava a cagar.
Porque rimas e falsetes, operetas e minetes são o verbo a vomitar.
Mas os minetes são de valor, dão tesão e dão amor.
Até me sabe bem, não ter pai, não ter mãe, nem mulher nesta idade…
Eu amo com cabeça, o coração é uma peça…
Pode parar à vontade!