Aprendeu a chorar…
Tinha cuidadas revoltas de arder porque tinha partes diferentes de si a queimar.
A língua derretia num charco de pétalas apedrejadas, expostas em fracturas de vento.
Tinha os dedos a arder com toques de boca num credo de grito declamante.
Ajoelhava-se na rua, maestrina de um som fino e vazio de batuta partida.
Suavam pingos de arritmia nas colcheias…
Que lhe escorria o suor pelas fontes, pelas frontes fulminantes de sumo esvaído em cristal cariado no frenesim dos olhos desarvorados num susto sinfónico.
Depois descobriu o amor, um amor…
Enterrava os dedos na garganta de um jarro, gracejando as palmas num falo erótico com dons de amarelo e cirrose nos dentes quimio-traumatizados.
Mas todo o afago lhe sabia a um pouco mais que abandono e fazia seu dono quem lhe quisesse um segredo.
Amava aos quems, miava aos cães, mimava as mães e louca em lua zonzeava com um chapéu no cabelo de lírio.
Depois uma colisão quântica electrizou os sinónimos que lhe duravam o coração.
As mágoas em ferrugem saíram do corpo como larvas amantes…
Desnasceu quase a ser metafísica…e um átomo de puro colírio abraçou os barcos do rio.
Rimou as diferenças com as desavenças das suas orquestras heróicas…
E descobriu o amor no meio da dor quando aprendeu a chorar sinfonias.
Coisas tão simples de ver.