Vou escrever sobre o Natal
O Natal do meu feitiço
Jesus como cobiço
Um raio de sol amarelo
Que todos digam é belo
O Natal de toda a gente
O pobre alegre e contente
Sem dores de alma e de corpo
Em vida não estar já morto
Nem esquecido da sorte
Ser assim de sul a norte
No meu país abatido
Por sentimento tingido
De desemprego e pobreza
Quem sabe e aconteça
O milagre do Natal
Que neste canto, Portugal
Encontre o que perdeu
Um rumo que esmoreceu
Num qualquer dia de Maio
Fugiu igual a catraio
Perdeu-se na sorte maldita
Aquela que é desdita
Nas bocas de toda a gente
Esquecem que é reluzente
Sonhar, sonhar e acreditar
Que basta querer para mudar
Aquilo que mal vai
Basta um toque e logo cai
Do pedestal o impostor
Quem de burro passa a doutor
Não pode levar avante
Por isso eu vou escrever
Sobre o Natal almejado
Aquele que foi esquartejado
Nas mãos de um qualquer.
Por isso eu escreverei
Aquilo com que sonho
Sorrisos eu quero e ponho
Naquilo que falarei
Vou levar de lado em lado
Um cabaz a oiro bordado
Fazer do pobre rei
Rei das minhas letras
Embora pensem são tretas
De poeta iludido
Quero lá saber é sentido
Este poema de Natal
Por isso a bem ou mal
Em verso arrojadiço
Vou escrever sobre o Natal
O Natal com que cobiço
Antónia Ruivo
Era tão fácil a poesia evoluir, era deixa-la solta pelas valetas onde os cantoneiros a pudessem podar, sachar, dilacerar, sem que o poeta ficasse susceptibilizado.
Duas caras da mesma moeda:
Poetamaldito e seu apêndice ´´Zulmira´´
Julia_Soares u...