Não sei se o amor existe
Não sei mesmo se o amor existe, se existe é como o tempo que passa e nunca mais volta.
Se existe, afirmo a pés juntos que não é para todos, só alguns são escolhidos, os pernetas e os mirolhos não têm direito ao seu quinhão.
No entanto muitos amores são vadios e desvanecem-se como nuvens no céu, as palavras ficam ao rubro, acesas, afiadas como agulhas. Por vezes a máscara cai e então surge o choro, a mágoa...
Outros passam por terrenos permeáveis, vazam tudo e nunca mais voltam ou se voltam, procuram caminhos novos, esticados, os velhos rugosos, cansados, não interessam para nada, são desvios a ter em conta e alvos a abater.
Na minha opinião ele desaparece quando é apertado pelos amantes ou quando chega o frio, mesmo em pleno aquecimento global. Nesse caso, não há nada a fazer, a doença é incurável e apesar da medicação ou do descanso em viagem nada o fará regressar à base.
Carolina