GARRAFA DE VINHO
Noite do dia vinte e quatro de dezembro
saudoso, do ano passado me lembro,
quando deixei contigo meu coração.
Nesse Natal minha alma não comemora
ficou a saudade do dia que foi embora,
data que mexe na ferida da recordação.
Hoje em silêncio no meu cantinho
vou tomar só, essa garrafa de vinho,
a única, que do ano passado restou.
Ela representa-me uma seca semente
a garrafa de vinho, seu último presente,
uma triste lembrança, que aqui ficou.
Treme minhas mãos, ao pegar o sacarrolha
mas nessa solidão, não tenho a escolha,
só espero que não me faça nenhum mal.
Pedi que a garrafa de vinho aqui deixasse
só nunca pensei que sozinho a tomasse,
tão longe de voce, em noite de Natal.
GIL DE OLIVE