Sinto o vento pentear os meus cabelos, ouso o rodopiar das pás que empurram as partículas de oxigénio de encontro a mim. Recostado me encontro ouvindo ás notas da musica que sai da radio, bebendo mais um trago do velho Whisky.
Mato o velho vicio com mais uma bafada na cigarrilha quase morta. Mais uma volta no constante rodopiar da ventoinha, mais uma volta no rodopiar do pensamento.
Pensar na vida causa-me apatia, com a apatia do momento vou tentando saborear algo que não me sabe bem. Algo que não me soa bem, algo que não me caiu bem.
Mais um trago no veneno, mais um bafo de "Café Creme".
O calor aperta o sentir de encontro à exaustão, o sentir da exaustão cansa, queima, mata, empurrando com mais força o veneno pelas minhas veias, meus pulmões o meu estômago.
Apatia.
Tédio.
Raiva.
Merda.
O vento torna a mim, saboreio-o como se da ultima brisa se tratasse. Fecho os olhos de encontro ao artificial clima saido da ventoinha e, imagino-me na praia banhando-me nos raios de sol de fim de tarde. Olho o por do sol, deixo os pés enterrados na areia húmida das ondas do oceano. Aprecio o horizonte. Mais um bafo, mais um gole no veneno.
A brisa passa...