E o papel
à partida
inteiramente Branco
E o fogo dos dedos ainda por
incinerar
o corpo pronto do mundo redondo
deitado e calado
na pira a bailar
E os cabelos absurdos e secos
A palha a arder
nas chamas ,nos ecos
E o espantoso espanto
na face do medo
sabor do silêncio
comido em segredo
na forma estereotipada
de um chocolate amargo
inteiramente Branco
inteiramente Negro.
cruz mendes