Há tantos anos, a mesma tradição. Acordar e receber as boas vindas de um dia frio mas caloroso sentimentalmente, o Natal.
Dizem, de facto, que aquele dito senhor que atravessa a casa silenciosamente seja fruto da nossa própria imaginação. Torna-se num acto de irreverência para os adultos e de banalidade para as crianças, acreditar, ter fé!
Essa mesma fé é descrita pelos adultos como um acto de obediência, especificamente a Deus ou qualquer(quaisquer) outra(s) divindade(s).
Notei, com o tempo que o Natal tornou-se numa cerimónia materialista. Filhos rasgam papeis coloridos com esperanças de lá encontrarem o tão desejado brinquedo, minuciosamente descrito nas cartas sem morada mas sem dispensar o remetente.
Alguns poderão pensar que isto tudo se trata de uma conversa fiada, escrita para aplaudir à ignorância.
Pergunto-vos, onde poderemos encontrar ignorância na pura inocência de uma criança?
Mentalidades. Já dizia Camões: ''Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades; Muda-se o ser, muda-se a confiança''.
A crença de certo passou e agora surge a derradeira questão dedicada aos crentes de variadas religiões, como pode uma criança, ao alcançar a sua idade adulta, ter fé? Se esmiuçam todo o complexo de lendas e mitos que têm valor sentimental? Eliminam as hipóteses de crenças em personagens míticas, que transmitem paz e confiança. Ignorância? Nunca!
A fé encontra-se nos mais variados pontos da nossa vida. Se esta fé não partilha-se a sua vida comigo, provavelmente muitos dos meus poemas e desabafos não existiriam. E seria feita mais uma morte razorada.
Aqui termino talvez o ano. Sem inspiração, desejo-vos a todos um Feliz Natal!
P.S.: Façam favor de terem fé e alegria!
Pedro Carregal