Cai a noite no cinzento cru do rio,
vem branda mas trás tanto frio,
que eu sou obrigado a lembrar,
que é o inverno lá fora, a regelar.
A tudo colhe o seu braço esguio,
muros, casas, de negrume tingiu
a mão que a cobre, sobre o luar,
sem estrelas no céu a enamorar.
E as pessoas que de longe cingiu
perguntam-se se alguém partiu,
ou se é assim, a tristeza a chegar,
de mansinho, parecendo chorar.
Jorge Humberto
09/12/10