Poemas : 

EU

 
EU
Autor: Carlos Henrique Rangel

Eu,
Que me quero eterno.
Sou mera brisa
Nesse vendaval.
Nada pára o nascer dos dias.
Nada detém a noite
E suas estrelas quase infinitas...
Nada há que seja infinito...
Morrem as coisas que têm vida...
E eu a tenho
Ainda que duvidem...

Eu,
Que quero ser eterno
Sou grão de areia
Entre grãos.
Cada dia me aproxima
De ser grão
Ou o pior... Pó.

Eu,
Que me quero eterno
Pobre de mim...
Sou carne que envelhece.
Se sou mais que isso...
Só Deus...
Se infinita é a alma
É bom que ela exista.
Nada mudará se ela não...
Serei sempre
Um ser que passa...

Eu,
Que me quero eterno
Sou finito que se transforma.
Nada se perde...
Tudo se modifica.
Assim serei...


 
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 07/12/2010 20:02  Atualizado: 07/12/2010 20:02
 Re: EU
Eis o que é a vida, caro amigo! Teu poema explicita muito bem a nossa jornada, mas há algo que pode nos tornar imortais no pensamento dos que nos amam: a nossa ação, o nosso caráter!


abraços!


Enviado por Tópico
BláBláCharles
Publicado: 07/12/2010 20:55  Atualizado: 07/12/2010 20:55
Participativo
Usuário desde: 25/11/2010
Localidade:
Mensagens: 32
 Re: EU
Parabéns!
Biologicamente foi nos "vedada" a infinitude mas
um simples acto nosso pode-nos tornar eternos de outras formas.

Gostei do que escreveu.


Enviado por Tópico
arfemo
Publicado: 07/12/2010 21:25  Atualizado: 07/12/2010 21:25
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Usuário desde: 19/04/2009
Localidade:
Mensagens: 4812
 Re: EU
...eternos por uns dias (anos, muitos, que seja) mas sempre não duvidando da perplexa transitoriedade...boa reflexão. abraço


Enviado por Tópico
anakosby
Publicado: 08/12/2010 13:14  Atualizado: 08/12/2010 13:22
Colaborador
Usuário desde: 12/04/2010
Localidade: Torres
Mensagens: 1739
 Re: EU
Nós

Amorfa massa de afetos
sob os tetos da cidade
a tal chamada sociedade
pintada de rosa pela televisão

Nós

Corpos e ilusão
varando o espaço
vivendo sob o laço
do sangue que nos une
que nos separa e pune
(quantas vezes no resume)

Nós
uma linha
no livro que caminha
escrito a todo o instante
rumo ao que somos
ao restante
do espaço
que exíguo, polui.


Nós

O tempo que flui
neste rio correndo
ao mar, morrendo
criando história

Nós

Arte como memória
vento que sopra lento
em busca de um motivo
nós, apenas nós
de carne ou amor
alegria e dor
fome e saciedade
girando a roleta
neste viver instintivo
que sacoleja neste grande coletivo.



BEIJOOOOOOOOO


Como é bom te ler!!!! BEIJO ENORME!!!!