Sinto a brisa a bater-me no rosto. Passeio-me na beira-mar à procura de um sinal. Um sinal que me mostre que existes, que não és apenas uma ilusão. Pensava que seria como nos filmes, em que encontraria uma garrafa a boiar nas ondas do imenso oceano. Uma garrafa que contive-se uma mensagem, nem que curta fosse. Imaginei imensas coisas que nela poderiam estar escritas mas nada. O mar permanecia vazio e apenas as gaivotas ocupavam esse vazio onde a garrafa me aparecia em forma de uma miragem. Eu tentei alcançá-la mas parecia que me escorregava pelas mãos. Mas logo que voltei à realidade vi logo que nada estava à minha frente. Reparei que não te tinha, que nada de ti sabia. Percebi então que tinhas mesmo partido, que me havias deixado. Então nem o mar me acalmou. Nem o mar me consolou os limpou as minhas lágrimas. Extensas lágrimas que me percorriam o rosto sempre que pensava em ti e imaginava os nossos passeios naquele local em que me encontrava. As ondas embateram dia e noite contra a areia e eu a observá-las já muito fraco e com muitas noites em branco. Há uma semana que permanecia acordado naquele mesmo lugar até que vi a luz. A luz ao fundo do túnel. Tive uma morte rápida e indolor. Um dia chegas-te à praia em minha procura, mas apenas vis-te o meu corpo que jazia na areia molhada. Lamentas-te horas, dias sem fim, mas agora... Agora esquece-me pois fui viver com outros que como eu por alguém sofreram, por alguém morreram. Outros que como eu viram garrafas a boiar que apenas eram mensagens à beira-mar.