Ahnim adnil...
Ahnim aninem adnil, onde andarás?
Lá no hospício ninguém sabia
Qual língua aquele homem falava
elesiG ahnim adnil... Continuava
Repetia, tantas vezes que doía
Os ouvidos de quem por ali passava.
Uns achavam ser Tupi-Guarani
Alguns médicos antigos
Tentavam entendê-lo em Latim
E o homem não parava...
Assim foi dia inteiro
Do primeiro até o último instante
Mesmo quando dormia, ouvia-se os murmúrios
elesiG ahnim aninem od oiR, ahnim adama!
Adama ahnim...
Como o homem insistia
E ninguém podia ajudá-lo
Resolveu então o diretor do manicômio
Gravar tudo que o homem dizia.
Procurou um amigo poliglota-psiquiatra
Afinal, precisava ajudar aquele homem aflito
Só Deus sabia do conflito, que o atormentava.
No outro dia, volta o diretor ao amigo
E vai logo perguntando...
Que língua é essa que esse homem fala?
Com um brando sorriso o poliglota diz:
É a língua mágica do roma.(Amor)
E onde se fala isso? Na Itália?
Em todos os lugares
Mas, só podem entender os que sofrem
De feridas abertas, aquelas que sangram
Noite e dia, e param nunca!
Ouça com a profundidade da alma
Para sentir o som doído
De quem sofre de dor de partida
Ou quem sabe, por um amor proibido.
E a gravação colocada em tom alto na sala gritava...Adama ahnim... Ahnim adama!
Como pode você não conhecer?
É a língua dos loucos, os loucos de amor!
Muitas vezes, o sofrimento é tanto...
Que transmitem seus sentimentos
Em cérebros ponta cabeça.
E a voz continuava...ahnim elesiG adnil!