701
Embora tantas vezes fui feliz
Não pude nem sequer saber da paz
Que apenas mansidão conhece e traz;
Na verdade vivi só por um triz.
A esperança, esta arcana meretriz,
Aos tolos com certeza, satisfaz;
Porém o seu olhar feroz, voraz,
Ao mesmo tempo alenta e já desdiz.
Alimento com tabaco, o câncer. Sinto
Que meu tempo se encontra quase extinto,
Nem mesmo algum instinto que preserve.
À deriva, o naufrágio não demora.
Em portos turbulentos a alma ancora,
A roupa que vesti já não me serve...
702
Embora, com prazer e liberdade,
A vida não se mostra como eu quis.
Posso dizer que estou bem mais feliz,
Mas isso não comporta uma verdade.
A chama que se mostra em falsidade
Condena à leda treva. A sorte, atriz
Engana o coração, pobre aprendiz
Trazendo no final, a impunidade.
Parceiro do teu sonho? Não sou mais,
Eu sei que o pesadelo sobrepõe
E aos poucos nosso amor se decompõe
Perdendo pouco a pouco os seus sinais.
Angústia; eu sei, virá depois de tudo,
No amor que era de vidro, eu não me iludo...
Marcos Loures
703
Embora uma saudade demonstrasse,
Guardando esta lembrança do passado,
Muitas vezes, talvez já disfarçasse
O medo de um momento delicado
Aonde nada enfim já recordasse
O tempo que perdera; um desgraçado
Que deseja somente um desenlace
Num mundo com certeza mais amado.
Tocado pela mão da triste inveja
Que apenas a mortalha, inda deseja
Caminho em trevas tantas pela vida.
Não tendo mais a sorte como guia
Encontro em teu abraço uma alegria,
Quem sabe, no final, uma saída...
Marcos Loures
704
Embora um sem-noção, sou mais teimoso
Do que tu pensarias se não fosse
O verso que moldei quase agridoce,
No fundo o que me importa, cais, repouso.
Sereno não chegou, nem mais o gozo,
A vida não tomou do amor, a posse,
Sem nada que me diga que inda posse
Falar de um sentimento tão gostoso.
Eu vivo em passatempos e galáxias,
Termômetro da vida é liberdade.
Paragem que visito, na verdade,
Quebrando o sentimento em neuropráxias,
As praxes mais constantes soam falsas,
Meus sonhos aos teus sonhos, mais que balsas...
05
Embora tu não creias, eu te adoro!
E vivo tão somente pelo amor
Fazendo de meu canto, este louvor.
Perdoe se distraio ou me demoro.
A cada novo encanto revigoro
O sentimento feito em tanto ardor.
Regando com carinhos, colho a flor
Meu barco nos teus braços; cedo ancoro...
Não quero que tu sigas tão distante
Dos olhos e dos lábios que te querem.
Sonhando com teu corpo a cada instante
Saudades me maltratam e me ferem.
Ser teu é minha sina, meu destino,
Contigo, um claro dia, descortino...
Marcos Loures
06
Embora teus carinhos, sei aos molhos,
Não posso desfrutar integramente.
Esmeraldinos, belos os teus olhos
Brilhantes a tocar, tão inocentes.
Futuros que me mostras são zarolhos
Rancores demonstrados, tolamente,
Tu serves de repasto a tais piolhos
Que vagam no teu cérebro, t’a mente.
Percebo a fetidez de cada flato
Que emanas em locais bem mais diversos.
Desculpe se descrevo este mau fato
Bendito quem não mente, salvador
De olfatos. Mas perdoe estes meus versos
Que enaltecem, por certo cada odor...
07
Embora tenha pressa em te querer
Espero se preciso mais mil anos.
Um desejo ardoroso invade o ser
E toma meus sentidos. Soberanos
Momentos onde vívido prazer
Tomava nossos sonhos, sem enganos,
Permita que eu prossiga em me perder
Nos braços que embalaram os meus planos...
Porém sofreguidão, ânsia e desejo
Misturam-se nos olhos de quem ama,
Delírios em teus seios, quando arquejo
Na angústia de te ter e não tocar,
A pele se desnuda, em lava e chama,
E clama ansiosamente, busca o ar...
08
Embora te pareça ser feliz,
Eu, na verdade sofro imensamente
Distante de quem amo; de repente,
Teu corpo em minha pele, cicatriz.
O quanto eu te desejo, o verso diz,
Porém vago tão só. Neste inclemente
Deserto em que o vazio já se sente
Negando o que decerto, eu sempre quis.
Permita-me falar desta tristeza
No causticante vago que legaste,
Sorriso que hoje trago por defesa
Apenas um disfarce, esteja certa
Que em todo grande amor resta o contraste
Do sonho com o frio sem coberta...
Marcos Loures
09
Embora se prometa um fino gozo,
Em bocas venenosas, ira acesa...
A tempestade invade o meu repouso
Nas coxas mais roliças da princesa...
Um fogo tão voraz, delicioso
Rebenta na fogueira da incerteza
Bebendo deste mar, maravilhoso
Cedendo a seus desejos: natureza...
Porém contrapartida miserável
Mostrando-se em respostas tão funéreas.
Roubando toda a cena, leda, instável.
Serpente me encantando em seu disfarce
Das noites as heranças vis, venéreas
Escondidas decerto em bela face...
5710
Embora o medo trame gargalhadas,
Eu sinto que não posso mais deixar
As mãos tão delicadas, tão amadas
Daquela que me trouxe esse luar.
Se do infinito surge nova lua
No plenilúnio devo te seguir.
Abstração sideral formosa e nua
Deitada nesta cama a me cobrir.
Possuis encanto raro e desejado
Vejo colares, pérolas em ti.
Recendem a teu corpo tão amado,
Luares, tantas jóias, tenho aqui.
E sinto que meu mundo te pertence;
Sem lutas, teu amor, mais cedo, vence...
11
Embora noutros lábios me encontrei,
Eu guardo o teu sabor junto comigo,
Tempo indeterminado em que nevei
Ausente de choupana e sem abrigo.
Se tanto eu aprendi quanto ensinei,
Vencer os vencedores já consigo,
Roubando o milharal encontro o trigo
Colhido por engano noutra grei.
Acaso se vieres tu terás
O quanto não foi meu e não será
Daquela que jamais soube me dar
O pouco que mereço, amor e paz.
Por isso é que te digo desde já
Que nada do que fomos vai voltar...
12
Embora nossas almas vão contrárias
Em rumos tão diversos, outros fados,
Palavras e paixões imaginárias
Deixando corações tão maltratados.
As nuvens vão passando em cores várias
Porém em duros céus, todos nublados,
A noite se perdendo em noites párias
Legando em seu rastilho, secos prados.
Porém em belos sonhos, junto a ti,
Concebo este prazer que não vivi,
Apenas esperança me consola.
Quem sabe, num momento em viração,
Virás com teu amor ou compaixão,
Dar-me pelo menos uma esmola..
13
Embora não percebas quanto eu quero
Estar sempre contigo o tempo inteiro,
Do quanto que este sonho já venero
O meu amor foi sempre verdadeiro.
Por vezes eu me calo e nada mais,
É meu jeito, querida tão somente.
Sem ter tua presença eu perco o cais
e o rumo não encontro novamente.
Não deixe que este sonho chegue ao fim,
A seca em que se fez nossa lavoura
Talvez na irrigação encontre enfim
A chama que nos queima e que me doura.
Vencer as tempestades e quimeras
Deixando renascer as primaveras...
Marcos Loures
14
Embora não perceba novidade
- O cheiro dos cadáveres persiste-
Os gestos tão iguais, deslealdade,
O podre em nossa história sempre insiste.
O vento em que se buscam liberdade,
Morrendo pouco a pouco inda resiste.
Aos vermes a total saciedade
Um sonho de esperanças inda existe
Ao fim de toda liça, mesmo inglória
Nos gestos ilusórios de vitória
Resquícios de um amor em olhos mansos
Daquele que, explorado não explora,
Nos dedos de quem sonha e sempre implora
Sem nojos, sem maldade e sequer ranços...
15
Embora não deseje, eu sinto que vou tarde,
O gosto da saudade, o cheiro deste incenso,
O mar sem claridade, o meu amor imenso...
A vida me maltrata e corta fundo, me arde.
Bem sei do meu destino, aqui estão as chaves.
Depois de tanta treva aguardo, enfim, a luz
Que sei que não virá, pois nada mais reluz
E nem nestes meus céus, o revôo das aves...
Nas hordas sou falena em busca do luzeiro
Mas nada mais me resta, os olhos tristes nevam...
Aos céus em pouco tempo os braços já me levam
E tendo em minhas mãos o gosto verdadeiro
Deixando bem distante o bem da poesia,
A noite se aproxima e traz tanta agonia...
16
Embora não consigas compreender
Não nego e nem neguei o nosso amor,
Apenas procurei me convencer
De que eu seria, assim, merecedor
De todo o sentimento que dizias
Naquele dia frio e desolado.
Guardando-te nas minhas fantasias,
Te digo, também vou enamorado..
E quero ter t'a boca carmesim,
O gosto mais suave deste beijo
De tanto amor que tenho; amor sem fim,
Eu quero me entregar ao teu desejo
E, juntos caminharmos vida afora,
Espero o teu amor, mas vem agora...
17
Embora me negasse teu amor
Não me sinto, por isso, derrotado.
Nem sempre se encontrou um vencedor
Deixando um sentimento bom de lado.
Guardando esta verdade aonde for
Quem perde pode ser recompensado.
Distante de quem vive em desamor,
Uma esperança brota do passado.
E saibas que isso tudo me faz ver
Que a vida traz lições, querida amada,
O dia sempre irá, pois, renascer,
No brilho de outro sol, noutra alvorada.
Quem tudo nesta vida pensa ter,
Depois de certo tempo, vai sem nada...
18
Embora idealizada; verdadeira,
A sensação do amor que tanto aflige,
Queria ser a loa derradeira,
E ter a perfeição que amor exige.
A noite tão distante do teu colo,
Expõe cada pedaço do que sou.
Arando tantas vezes, duro solo,
Apenas cardo, espinho, o que brotou.
Ternura que se dá e desabriga,
Pranteia o coração vagando ao léu.
De lágrimas minha alma já se irriga
Buscando um azulejo em cinza céu.
Meu canto se tornando, agora triste
Pergunta se esta estrela ainda existe..
19
Embora fugidio, eu quero e espero,
O gozo de um momento mais feliz.
Se o velho coração já me desdiz,
Entrego o meu olhar, manso e sincero.
Vivendo tão distante do que quero
Serena madrugada ou tarde gris,
Exposta a mais antiga cicatriz,
O tempo se moldando com esmero.
Refaço antiga trilha em esperança,
E quando ao infinito, amor me lança,
Demarca com cuidado novas trilhas.
Verei, quem sabe, a luz de teu olhar,
Tramando em calmaria este luar
Que há tanto prometera maravilhas...
5720
Embora eu saiba, não terei um cais
Persisto sempre na viagem tola,
Enquanto o vento em tempestade assola
Percebo o quanto eu não terei jamais.
O amor não traz as chaves dos portais
É necessária a mão que em vão controla
Uma alma audaz que num amor decola
E se perdendo em sonhos magistrais
Não poderá reconhecer a face
Da solidão que nos disfarces trace
Seus descaminhos penetrando em nós.
O solitário beijo diz pantera
A vida em dor ao postergar espera
Já sabe: não virá mais nada após
Marcos Loures
21
Embora tantas vezes bem escuro,
Caminho que busquei foi sem espanto.
Além desta verdade que procuro
Em cada novo dia, novo canto.
O chão que sem promessas se fez duro
Agora não suporta mais meu pranto.
Enquanto simples rumo que eu trilhava
Mostrava mais percalços que alegria,
Inútil meu olhar se ensangüentava
Na sombra mais cruel do dia a dia,
Vulcão que se perdeu sem ter nem lava
Não deixa fumegar a poesia.
Minha alma incandescente vai, soturna,
Embrenha sem ter rumo em negra furna...
22
Embora destruído tantas vezes,
Sem ter na vida apoio, sem ter hastes,
Cansado de enfrentar vários reveses
No peito o sofrimento em vis desgastes,
Não posso defender antigas teses
Nem mesmo usufruir o que legastes
Distante de teus olhos, vou há meses
Na busca do que em sonhos me deixastes.
Procuro, na verdade por defesas,
Que possam permitir passo preciso,
Amor não se concebe e longe dele,
Tentei deixar as costas quase ilesas,
Somente na amizade, e em seu sorriso,
À verdadeira paz, amor compele...
Marcos Loures
23
Embora adoentado não cansava
De ter uma esperança de voltar
A mão bendita enfim já me tocava
Trazendo esta vontade de entregar
Um coração exposto em quente lava
Distante, muitas vezes, do luar.
Minha alma se renova quando lava
Meus olhos nos seus braços, velho amar.
Retorno e te encontrando amada amiga,
Percebo quanto a sorte me é tão grata
Por vezes solidão quando maltrata
Não vê quão forte amor já nos abriga.
Bebendo desta luz argêntea prata
Permite a sorte enfim, que assim prossiga...
Marcos Loures
24
Embevecido olhando tal beleza,
Decifro os teus sinais, encontro a luz.
Amor quando em amor se reproduz
Supera qualquer forma de defesa.
Dos sonhos e delírios, como presa,
Não trago mais as pedras; largo a cruz,
De toda esta alegria se deduz
Um tempo que o prazer tanto se preza.
O amor vem renovando com seu viço
O olhar antes tristonho e até mortiço
Fazendo da emoção, lugar comum.
Aos poucos, não reparas, mas eu vejo,
Tomado pelo incêndio do desejo
Espelhos de nós mesmos; somos um.
Marcos Loures
25
Embebo meu desejo no teu vinho,
Que em todos os momentos inebria.
Na música suave dum arminho,
Teu vinho me sacia e me vicia...
Momentos sem temor, pudor tão vago;
Nos tragos que me fazem delirar...
Nos lagos resultantes dos afagos,
Sem medo, sem segredos, mergulhar...
A noite em fanatismo se procria
E cria nossos versos em dueto.
De tanto que eu desejo desvaria.
Aos loucos pensamentos, me remeto...
E quero teu amor, manso e dolente.
Na noite que traçamos, envolvente...
26
Embebedo-me deste espetacular vinho
Na lucidez completa insanamente eu vou
Tragando gole a gole o que se fez espinho
Ausências contemplando, entrego-me ao quem sou.
No verdejante olhar o rumo em descaminho,
A carne em frenesi, aos poucos demonstrou
O risco que se corre um louco passarinho
Que para bem distante insano, debandou.
A lua vai se abrindo e neste abrir se despe
Embrenha um arvoredo e faz-se libertária
Na imensidão do mar que em ondas já se encrespe
Perigos de naufrágio, o quanto inda bem sei
Da sensação audaz, intensa e temerária
No amor que conhecia e louco despenquei.
27
Embarque nos teus sonhos, sem temores.
Acalentando em paz, as maravilhas
Que a vida nos permite em raras trilhas,
Deixando no passado os amargores.
Levando a poesia aonde fores
Verás que, qual farol, mais forte brilhas
Nas trevas e em distantes, frágeis ilhas
Com a delicadeza imersa em flores.
Que as sombras do passado não impeçam
O livre caminhar do sentimento.
Teu coração esteja sempre atento,
Senão teus passos trôpegos tropeçam
Negando a claridade do arrebol,
Mal reine sobre a Terra, imenso sol...
Marcos Loures
28
Embaralhei as cartas da esperança,
Jogando na fogueira o teu retrato.
Se o velho coração desaba, ingrato,
A moça desdentada já me alcança.
Não teimo noutro encanto por vingança,
Apenas não cuspi mais em teu prato.
Rompendo desde agora este contrato
Minha alma assim vadia, é minha herança.
Tempero com medonhos risos falsos,
Os pés já permanecem vãos, descalços
Abraços em percalços e ladeiras...
Não tenho mais porquês. Nem quero o rosto
Do louco sentimento sem recosto
Desabo entre as estrelas derradeiras...
Marcos Loures
29
Embaraço a visão quando te vejo
Nas ruas caminhando, passos lentos.
Demonstro, de repente meu desejo
Tomando para mim teus pensamentos
Na maçã destas formas, relampejo,
Nos azuis de teus olhos, por momentos
Sinto o poder celeste do azulejo
Num fascínio divino, tantos ventos.
Nos teus lábios trajetos para o céu,
Neste rubor delitos prometidos.
Sangrando meu fascínio abelha e mel,
Fome extasiante desde agora,
Tomando e lacerando meus sentidos,
Eu peço: por favor, vem e devora!
5730
Embalos que não faço pedem calma,
Na dança que fingi nunca aprendi.
Amor velho goleiro que me espalma,
Pretende ser herói, mas nem aqui.
A quina desta porta trouxe trauma,
Na flâmula bandeira me esqueci.
Um beijo de mulher é que me acalma
Por isso meu amor, eu te perdi...
Frestadas as fenestras e soleiras,
Nos êmbolos seringas nas agulhas.
Amor que não produz tantas fagulhas,
Por certo não completa brincadeiras.
Em lágrimas meu rosto se avermelha,
Das dores não deixei sequer centelha...
Marcos Loures
31
Embora eu não perceba uma mudança
Real depois de guerras e batalhas
Talvez inda persista uma esperança
Na ponta dos fuzis e das navalhas,
Aquele que propaga a velha dança
Já sabe que entranhando estas fornalhas
Carrega bem distante a temperança
E sabe do poder as suas falhas.
Um vendilhão que veste paletó
Um outro se disfarça na batina,
O morto que se finge sempre só
Depois de certo tempo descortina
A glória que trará tal liberdade
Guardada nos escombros da amizade...
32
Embora em agonia, eu sou feliz,
Um paradoxo expresso neste amor
Ao mesmo tempo brando; num torpor
Explode em emoções qual chafariz.
Carinhos que se fazem bons e vis,
Olhares traduzindo o sonhador
Titubeante passo a me compor
Negando enquanto traz o que mais quis.
Amor que sonegando faz a glória,
Ao mesmo tempo exclui numa vitória
Marulhos em deserto, em preamar.
Estrela que se deu em céu e mar,
Deste ostracismo surge a jóia rara,
Enquanto claudicante, me antepara...
Marcos Loures
33
Embora diabético eu garanto
Que o mel de tua boca me conquista,
No corpo da morena tal encanto,
Delicioso gozo em bela vista.
O amor que a gente quer não tem quebranto,
Por mais que a tempestade ainda insista
Eu sei que eu te desejo sempre e tanto,
Nas ondas de prazeres, vou na crista.
Errático, o meu peito tanta vez,
Perdido sem ter nexo ou lucidez,
De amores enganosos se proveu.
Porém depois de ter te conhecido,
Agora vou inteiro e não duvido,
Meu coração somente quer ser teu...
Marcos Loures
34
Emano tanto amor por cada poro
Sempre, quando te vejo louco fico.
Nos olhos que me mostras, me demoro,
Em tanto amor que tenho me edifico.
Mas sabes que não volto sem perdão
Por isso te proponho nova vida.
Abrindo com certeza o coração,
Pedindo, por favor, não mais divida.
Se nada saberia te dizer
Pedindo-te que fiques por aqui.
Achando-te começo a me perder
De amores que mais livre, me prendi.
Por Deus, abençoada a minha sorte.
Eu te amarei querida até na morte!
35
Embale-me nos sonhos que tu sonhas...
Nos braços que ofereço minha sorte.
As noites porventura são risonhas
O canto deste amor é bem mais forte...
Eu quero tua boca me roçando
De leve, nos momentos cruciais.
Aos poucos perceber que estou amando,
Bem mais do que eu amei, assim, jamais...
Não sinto mais o frio que teimava
Nem mesmo a solidão, velha ameaça.
Enquanto nosso amor deliciava,
Dançando de alegria, em plena praça.
Agora que eu já tenho o que eu quis
Eu falo aos quatro ventos: sou feliz!
36
Embalde, tantas vezes procurei
Seguir algum caminho que me desse
Além de simplesmente reza ou prece,
Certeza de viver tão nobre grei.
Dos homens, conhecendo cada lei,
Do tanto que esta vida me oferece,
Meu coração cordato que obedece
Tentando decifrar o que não sei.
Rondando pelas ruas e sarjetas
Vielas e favelas, botequins,
Em meio a fartos nãos e raros sins
As pernas da esperança vãs, cambetas.
Porém a luz suprema ergue-se em breus,
No amor e no perdão, encontro Deus!
Marcos Loures
37
Embalde tantas vezes procurei
Pelas ruas e estradas, o meu rumo...
Por vezes acredito que acostumo,
Mas sempre que puder eu lutarei...
Esse caos que em meu mundo foi a lei
Não pode permitir meu novo aprumo,
Em espinhos fatais já me perfumo.
Porém deste seu rosto esquecerei!
Não me venha falar inda me quer.
Eu busco cegamente uma mulher
Que me traga essa luz que já vivi.
Por certo irei buscar a claridade,
Embora na cegueira da verdade,
É nela que estará o que perdi!
38
Embalde tantas vezes procurei
Pelas ruas e estradas, o meu rumo...
Por vezes acredito que acostumo,
Mas sempre que puder eu lutarei...
Esse caos que em meu mundo foi a lei
Não pode permitir meu novo aprumo,
Em espinhos fatais já me perfumo.
Porém deste seu rosto esquecerei!
Não me venha falar inda me quer.
Eu busco cegamente uma mulher
Que me traga essa luz que já vivi.
Em Sheila irei buscar a claridade,
Embora na cegueira da verdade,
É nela que estará o que perdi!
Marcos Loures
39
Embalde procurei-te, movediça...
Nas vezes em que busco nunca estás
A vida me permite tanta liça
Às vezes sem querer, perdendo a paz...
Nas noites que emergi, farta cobiça.
O tempo não voltou nem volta atrás
Saber teus rumos, nunca fui capaz...
Nos sonhos,meu delírio nunca viça.
Sem brilho, o meu olhar não te retrata
São as flores e espinhos da paixão.
Loucura se transforma em obsessão.
À lua companheira que insensata
(Pois sempre ouviu a voz do coração)
Hoje procura te encontrar: Razão!
5740
embalas os meus sonhos, acalantos
que fazes às estrelas noite afora,
desejos que se somam e são tantos
enquanto a poesia não demora
e traz em nossas vidas tais encantos
nos quais a fantasia revigora,
cevando esta harmonia, nossos cantos
forrando de belezas desde agora
os astros que nos miram desde o céu
belezas num cortejo em carrossel
decoram com seus raios, fantasias.
o amor ao espalhar seus adereços,
cevando em alegria os recomeços
espalha em nossas vidas, melodias...
Marcos Loures
41
Embalam-me teus versos; melodia
Assaz maravilhosa que ora escuto,
Embora eu te pareça, às vezes bruto,
Tua palavra trama a calmaria.
Metáfora que esculpes, sonhos cria,
Não deixo de querer nem um minuto
E em plácido recanto eu me transmuto,
E chego mesmo à beira da euforia...
Utópica paisagem? Não mais creio,
Percorro desde sempre o raro veio,
Nas margens percorridas, flóreas sendas;
Destilas farta luz na qual me guio,
Deixando no passado o ressabio,
Seguindo ao Paraíso que desvendas...
42
Emaranhando em nós, todo o prazer
O jogo vai chegando a um termo bom.
Apaziguados, ambos podem ver
O céu se matizando em manso tom.
Aromas que penetram as narinas
De flores tão diversas, perfumosas.
Enquanto tu seduzes, já dominas
Cevando noites belas, maviosas.
Amor em total brilho e com presteza
Não deixa mais sequer que alguém duvide
Da força que ao vencer a correnteza
A sorte em um momento assim decide.
Expresso em cada verso esta verdade:
Amor em plena paz traz liberdade.
43
Emaranhados vários, congruências
Nos mosaicos diversos; entrelaces
Misturas de delírios, nas essências;
Deslumbre mimetiza tantas faces.
Tomados por totais luminescências
Estrelas divinais em que tu grasses
Nos jogos mais audazes, as demências
Encontram complementos sem disfarces.
Neste caleidoscópio de emoções,
Voluptuosamente aos borbotões
Sangramos entre atos e vontades,
Cadenciando a vida? Não consigo...
Mal distinguindo o gozo do perigo,
Ainda posso ver as velhas grades.,.
44
Em ventos convulsivos que se agitam
Um sentimento duro, mais altivo;
Distantes, ermos, mundos quando fitam
Não deixam, na verdade, nada vivo.
Os medos tão insanos já palpitam
E deles, minha amiga, quando esquivo
Percebo que doridos sempre gritam
Aqueles dos quais, fujo e assim me privo.
Dilacerantes ventos da maldade,
Atando humanidade qual rebanho.
Trazendo em gesto opaco, ledo, estranho
A morte do que sonho, liberdade.
Porém valor mais forte em que me entranho
É feito com firmeza em amizade...
45
Em vendavais intensos, a paixão
Mais forte que as tempestas, traz bonança.
Vestindo uma alegria, em festa dança,
Enchendo um embornal, pura emoção.
É quase um maremoto em tentação
A boca que promete e que se alcança.
Não sabe nem pretende a temperança,
Rasgando todo o peito, um furacão.
Amar é ser feliz? Por certo não.
Porém o que fazer se a vida lança
As garras bem mais fortes da ilusão
E sem temor, o dia assim se avança
Cravando uma semente neste chão,
Frutificando a vida em esperança...
Marcos Loures
46
Em vagas ilusões, cantos dispersos
Galgando a liberdade sem igual,
Na cama, um verdadeiro festival
Permite estrelas tantas. Universos...
Desejos em desejos quando imersos
Transbordam num divino ritual
Sem ter um vencedor, a triunfal
Beleza contagia assim os versos.
Românticas sonatas noite afora,
O corpo que se entrega e me decora
Fartura de emoções vivo contigo.
E o gozo repetido em glória insana,
Na voz uma deidade soberana,
Prepara ao fim da noite o nosso abrigo.
Marcos Loures
47
Em tudo o que fizeres, a alegria
Será tua bandeira, com certeza,
Quem sabe ter na vida esta destreza,
Um templo em sonhos fartos já recria.
Noites entre luares, fantasia,
Nas bocas que se tocam com pureza,
Rompendo dos temores, a defesa,
Impedem toda sorte de sangria.
Palhoças entre matos, barco e vela,
O amor quando demais sempre revela
O cheiro do jasmim de nossas almas
As horas do teu lado, madrigais,
O vento balançando os milharais,
Negando do passado velhos traumas...
48
Em tuas mãos macias, afiladas,
Carinhos são mensagens divinais.
Tuas mãos, meu destino, são traçadas...
As portas que me deste, meus umbrais!
Tuas mãos são certezas alcançadas,
Companheiras dos velhos carnavais.
Obras primas por Deus imaginadas,
Esplendores dos Céus... Universais!
Em tuas mãos, riachos e nascentes,
Os mares, oceanos se envergonham
Por não terem beleza que compare...
Tuas mãos carinhosas, envolventes.
As ondas que vivemos vem e voltam,
Peço que em tuas mãos a vida ampare!
49
Em tuas mãos amigas eu me entrego
Não disfarçando nunca este prazer
Que sempre está comigo e nunca nego
De um dia ter a sorte de saber
Que tu és companheira tão dileta
Disposta a repartir tua amizade
Fazendo minha vida mais completa
Trazendo toda a paz, tranqüilidade
Nesses momentos duros, complicados,
Onde tudo parece terminar
Em tristes descaminhos maltratados
Sem ter sequer um tempo de alegria
Que possa, em nossa vida, clarear;
Gerando tanto mal em agonia...
Marcos Loures
5750
Em tua voz suave me ensinaste
Que a vida deve ser plena em amor.
No coração tão simples rara cor,
Tua pureza é desta vida uma haste.
O quanto, com certeza me legaste
Permite que hoje eu faça este louvor,
Colhendo mansamente a rara flor
A qual perfuma eterna, sem desgaste.
De todas as belezas, a mais rara,
Aquela que por si só, se declara
Mudando a direção de nossas vidas.
Quem tem a alma tão pura vive em Deus,
Ensina-nos seguir em plenos breus
Nas luzes dentro da alma concebidas...
PARA CARMITA LOURES,
RITA REIS
E CIDINHO CARVALHO.
PESSOAS QUE COM A ALMA PURA ENSINARAM
O VERDADEIRO SENTIDO DO AMOR E DO CRISTIANISMO
51
Em vôos delicados, já se espraia
A pomba da aliança prometida.
Lutamos neste amor por toda a vida
Antes que a solidão final nos traia.
Jogados numa areia em vaga praia,
Nós buscamos opção, outra saída
Que impeça nossa estrada estar perdida
Sem que o pano final da peça caia...
O medo de perder é tão intenso
Qual fora um nevoeiro negro e denso.
Porém a sorte imensa e verdadeira
Se faz em cada gesto de carinho.
Qual ave que constrói um novo ninho
Mesmo que seja enfim, a derradeira...
52
Em versos maldizentes e profanos
Talvez fosse mais fácil decifrar
Caminhos que perdidos, em enganos
Não deixam um cristão já caminhar.
Passando sem pudor por muitos anos,
A quem deseja assim mais enganar?
Os reis, ritos papais, por soberanos
Levaram às ovelhas falso mar
Aberto sobre aqueles que pensavam,
Na adaga que encostada no pescoço,
Podres poderes sempre demonstravam.
Agora a fera mostra-se em colosso
Retroagindo ao tempo sem razão.
Só falta renascer a inquisição!
53
Em volta desta lâmpada, a falena,
Se perde e se queima, morre cedo,
Assim desconhecendo este segredo,
Também minha alma louca já se acena,
Na fantasia atroz, mesmo serena,
Enlaça-se contigo neste enredo.
Caminho tão difícil que enveredo,
Trazendo tal feitiço em noite plena.
Se morrerei ou não, isso não sei,
Apenas eu deixei me seduzir,
Não tenho mais vontade de partir,
Contigo o tempo inteiro eu estarei.
No final, machucado, até ferido.
Mas vale sempre a pena ter vivido!
54
Em versos o reverso da medalha
Amor em solidão ou solidez?
No amor não posso ver esta mortalha
Sacrário onde não reina a sensatez.
Embora se borrando, a vida falha,
No canto tanto encanto quanto fez
Espero que este sonho, uma navalha
Não corte nossa sorte dessa vez.
As cinzas do cigarro alçando o céu
Em nebulosa tarde se transforma.
Azeda de repente o doce mel,
Quem veio deste sonho se deforma
Amor sem ter limites, não quer norma,
Apenas se entregar, em carrossel...
Marcos Loures
55
Em versos desconexos, malfadados
Distante de teus olhos me perdi,
Lançados com certeza, novos dados,
A sorte finalmente eu conheci
Caminhos maltrapilhos desviados
Encontro a plenitude sempre em ti.
Ao vislumbrar assim divinos prados
Decerto tanto amor estava aqui.
O amor faz necessária cada rega
Floresce então em rara maravilha.
A glória que essa luz ora engatilha
Por mares mais tranqüilos já navega
Ceifeiro da esperança, o verso agora,
Percebe quando amor intenso aflora...
Marcos Loures
56
Em versos dedicados
Perfaço meu caminho,
Amores delicados,
Se encontram no meu ninho,
Dos sonhos destroçados
Andava tão sozinho,
Por sorte, tantos Fados,
Trouxeram teu carinho...
Assim,amada amiga,
Meu canto transformou,
A noite que se abriga
Nos versos me mostrou,
Que a vida em forte liga,
Enfim, iluminou...
57
Em trilhos bem mais fortes da esperança
Após espinhos tristes, pobre rosa,
Convido-te querida, para a dança,
Da vida em nosso amor, maravilhosa.
Um sonho tão gostoso não se cansa
Deixando quem se adora um tanto prosa.
Fazendo esta magia uma aliança
Da noite tão divina que se goza.
Eu quero sempre estar, amor, contigo;
Galgando nossos olhos, infinito.
Envolto nos teus braços, sempre em viço.
Tu és além do sonho que persigo,
Refletes novo mundo mais bonito.
Tomado pelo amor, doce feitiço...
58
Em tramas mais perfeitas, magistrais
Amor já reconhece uma saída.
Adentro por espaços siderais
E vejo em força plena decidida
A sorte de quem ama e quer bem mais
Que um simples sentimento em sua vida,
Mergulhos em vazios colossais
Impedem esta sorte concedida
A quem sabendo sempre da tristeza
Percorre em labirintos, solidão.
Tramando o renascer, amor então
Estende com vontade e mais firmeza
A corda que nos salva da tempesta,
Trazendo ao nosso peito, plena festa...
Marcos Loures
59
Em torno de uma lâmpada meus sonhos
Estúpidas falenas vão morrer.
Há tanto que não pude percorrer
Metaforicamente decomponho-os.
Quando estrondosamente são bisonhos
Ainda teimam ver algum prazer
Rastejando nos vãos do entardecer
Demônios deglutindo mais medonhos.
Pesando em minhas costas tal falácia
Permite ao versejar qualquer audácia
E mesmo que isso impeça o poder vê-los
Ao lado das promessas não cumpridas,
Estrias de minha alma corrompidas,
Anúncios dos mais torpes pesadelos...
Marcos Loures
5760
Em todos os sentidos que nos prendem
Atentos entre lábios e mordidas,
As mesmas emoções que se pretendem,
Carinham, mansamente, nossas vidas...
Vencendo as tão temidas tempestades
Que tramam toda vez, sempre nos tentam.
Buscando, neste amor, felicidades,
Sabendo que estas dores atormentam..
Eu quero nosso amor sem mais esperas,
Roçando nossas bocas, nossos lábios;
Desejos com desejos tu temperas,
Nesta mistura intensa, somos sábios...
Amor que nunca foi remanso casto,
Tramando em nossa chama, seu repasto...
61
Em todos os momentos,
Ternuras são divinas,
Adoçam sentimentos
Em luz que descortinas,
Todos os pensamentos
Na paz em que dominas,
Esqueço os sofrimentos
Descubro tuas minas...
Na cor do meu desejo,
Decoro o meu pecado,
Já tenho a faca e o queijo
Quando estou do teu lado,
Vem logo, dê-me um beijo
Com força, apaixonado...
62
Em todos os momentos mais difíceis
Que passamos na vida, companheira;
Nas guerras que nos trazem bombas, mísseis,
Na luta mais cruel e verdadeira,
Fazendo da esperança nosso ofício,
Sem medos que me impeça de seguir,
Andando nos beirais de um precipício,
Adivinhando sempre um bom porvir.
Ascendo ao infinito em teu regaço,
Crisálidas se tornam, pois, libertas,
Ao termos mais firmeza a cada passo,
As portas estarão bem mais abertas
E enfim, eu poderei falar que a sorte
Do amor mudou pra sempre sina e Norte..
63
Em todos os estúpidos altares
Voando em asas falsas, alvos anjos,
Nas hóstias todas brancas, lupanares.
Nos olhos de quem trama seus arranjos
Distintos elementos nos olhares.
Ao perceber terríveis desarranjos
Apodrecendo as frutas dos pomares.
Nas cítaras, violas, liras, banjos
Uníssona canção para entoares.
Nas serpes os venenos são iguais,
Assim também encantos e louvores
Não devem distinguir nem raça ou cores,
Embora estes meus versos tão banais
Pressentem esta dura insensatez
Levando a diferenças pela tez...
Marcos Loures
64
Em todos os desertos que já tive,
Sonhei com este oásis, tua boca,
Um resto de esperança que inda vive
A vida sem te ter é muito pouca
Floresces no meu peito em raridade,
Morena sedutora lá do sul,
Meu céu vai encontrando a claridade
Tão distante do mar, perto do azul.
Teus lábios com doçura em pleno mel
Procuram por meus lábios, num desejo,
O sol já descortina tira o véu
Das nuvens neste claro e manso beijo.
Nascendo na beleza desta flor,
Reinando para sempre o nosso amor...
65
Em todos os caminhos o perigo
Se esconde em cada curva, em cada risco.
Te quero, companheira e já nem ligo
Se tenho que ficar assim, arisco.
Depois da caminhada o meu abrigo
Debaixo desta lua, argênteo disco.
Um sonho que se torna uma quimera,
De tudo o que mais caro possuíra,
O amor que, sei, embalde já quisera,
Morrendo entrelaçado com mentira,
Amiga, tu bem sabes desta fera
Do amor quando em rancor afinal vira,
Mas tendo o teu carinho, um braço forte,
Amiga não temi nem mesmo a morte...
66
Em todos os aspectos que se forje
Com sensibilidade, amor e encanto,
Carrego dentro da alma como alforje
Uma esperança audaz em riso e canto.
Mesmo depois de alguma tempestade,
Querendo expectativa de bonança,
Fluindo com total imensidade,
A par do que me toca e assim me alcança
Nas lágrimas ferinas e vorazes,
Restituindo um sonho outrora inglório
Embora renegasse luz que trazes,
Sou quase mesmo ingênuo até simplório,
Mas digo e não me farto de sonhar,
Eu te amo, e creio até no teu amar...
67
Em tua carne doces opulências,
Belezas delicadas, mil delícias...
No brilho de teus olhos, florescências,
Sorrisos que inebriam, as malícias.
Tomando de teu corpo as inclemências,
Nos tentadores sonhos, as sevícias,
Propostas que traduzem indecências
Em lagos de carinho, tais carícias...
Teus seios, tentações maravilhosas.
Tomando a minha boca, quais romãs,
As horas que passamos, tão gostosas,
Em plena sensação de gozo e riso,
Entornam nossos fogos nas manhãs,
Abrindo em tuas sendas, paraíso...
68
Em tua boca encontro tal delícia
Que cedo me vicia e me conquista,
A sorte que se mostra sempre à vista
Formada pelo toque da carícia.
Amor que satisfaz requer perícia
Mas sabes dos caminhos, cada pista
Deixada pelas marcas, com malícia;
Por isso não concebo que eu resista...
E sei quanto te quero a cada dia,
Fazendo deste amor, com maestria,
O rumo que eu sonhara há tanto tempo.
Não vejo no caminho, contratempo,
Encharco-me de luz e de alegria,
No canto em sedução, pura magia...
69
Em toda tua vida, em tudo foste eleita,
No sonho que me embala, intensa claridade.
No tempo que me resta, a plena eternidade.
Minha alma ao te saber, se eleva e se deleita.
A mão tão delicada, a boca mais perfeita...
O lume d’uma estrela imensa intensidade,
Espírito de luz, total imensidade!
O dia em que chegaste, a vida satisfeita!
Meu verso te procura em cada pensamento,
O medo que tortura, esparsa-se no vento.
Ao ver-te, me imagino, alçando pleno vôo...
Quanto mais alto estou, mais perto estou de ti.
Emoldurou-te Deus, no sonho que perdi.
Nádia, desde que foste, eu nunca me perdôo!
Marcos Loures
5770
Em toda sua glória, a formosura
Que se mostra, porém, tão perecível
Por mais que nos pareça ser incrível
Bem menos do que pensas, ela dura.
Um dia a noite chega e sem brandura
Irá matando um sonho. Tão falível
Esta ilusão que doura, indefinível,
Não tem eternidade, e não perdura...
Porém tua alma límpida querida,
Decerto manterá toda a beleza.
Tua amizade sempre põe a mesa,
E nela uma razão pra nossa vida
Mesmo sem mocidade, já perdida,
Manterás juventude, com certeza.
71
Em toda essa emoção que já procuro
Nas loucas aventuras pela noite
Recebo com doçura e já te curo
Com beijos e desejos, meu açoite.
Não sabes como é bom sentir veneno
Em boca tão suave e tão macia,
Amor que me devora onde enveneno
A boca que te morde, todo dia...
Prossegues neste jogo, sedução,
Sabendo que te quero tanto enfim...
Viver é se saber em emoção
Tão plena de loucura até no fim.
Eu quero essa emoção que tu carregas,
Nas horas mais gostosas me navegas
72
Em toda a natureza, tanto brilho,
Vibrando nossa luz, nossa alegria.
Ao ver tanta beleza, maravilho,
E penso que virá um novo dia...
Repleto de esperança, sem tristezas.
Nas flores e nos campos, primavera...
Findando com terríveis incertezas,
Trazendo um novo sonho de nova era...
Nos bailes que vivemos a dançar,
Nas valsas, nos sorrisos, debutantes;
A vida recomeça e faz lembrar,
Os nossos tempos loucos e mutantes...
Vivendo nos teus braços, sempre quis,
Eu posso, enfim, dizer que estou feliz!
73
Em ti, o meu delírio, uma morfina
Tu és fantasmagórica e demente...
Nos versos que me mentes, amofina
A porta que fechaste vilãmente,
Abriram-se mil olhos na menina
Respeito tuas dores fielmente.
Mesmo que nada trague, já domina
Transforma a minha vida totalmente.
Nas pás com que cobriste as esperanças,
Dormindo retornei sem ter lembranças .
Não foste nem sequer a liberdade...
às vezes vou negando a claridade
e luto contra toda esta engrenagem.
Reflito em ti, portanto, a minha imagem...
74
Em ti, querida eu vejo a maestria
Que tanto procurei e não consigo,
Por isso e tão somente é que te digo
Do belo amanhecer da poesia
Nos braços desta estrela, bela guia,
Eu posso me esquecer de algum perigo,
E ser com alegria, um bom amigo,
Perdoe se parece uma ousadia.
A luz que toma os prados doma a rima
E sabe quanto a tenho em grande estima,
Tomado por fantástica emoção
Ao ler cada soneto que tu fazes;
Desculpe-me por versos tão audazes,
Não pude mais conter esta explosão.
75
Em ti tenho a certeza deste cais
Que um dia fora sonho tão somente.
Vivendo estas promessas magistrais
Eu sinto que serei bem mais contente.
Juntando os pedacinhos do que somos,
Unindo nossos passos, posso crer
Que a fruta saborosa em tantos gomos
Agora no pomar vou recolher.
Bebendo deste sumo inigualável
Matando a minha sede neste pote.
Além do que pensara imaginável
Refaço em alegria um velho mote
Colando nossos corpos, o desejo
Guiando nossas vidas num lampejo...
76
Em ti tão entranhado não consigo
Nem mesmo disfarçar tal sentimento.
Qual sombra passo a passo eu te persigo,
Não tiro o teu olhar do pensamento...
Queria muito além de ser amigo,
Viver em plenitude e sem tormento,
Contando com teu colo, meu abrigo,
Talvez tivesse enfim algum alento
Depois de tanta inútil tentativa
Minha esperança agora sempre viva
Espreita de tocaia e pede mais.
Sabendo, timoneiro, da ancoragem
No amor que é muito além de uma miragem,
Saveiro da esperança encontra o cais...
77
Em todo o teu passado tanta glória.
Os que mares distantes navegaram
E seus feitos, amores, registraram
São páginas perdidas desta história...
Tantos deuses, em vão, te cortejaram
A dama de beleza assim notória,
Guardada, por milênios, na memória
Nos livros, alfarrábios se contaram...
Os templos se erigiram em teu nome,
Tua glória ninguém no mundo tome;
Da beleza e bondade és um exemplo.
Depois de tantos anos, te encontrei.
Permita-me sonhar ser o teu rei,
Reinando em nossa vida, te contemplo...
78
Em todo grande amor da juventude
As marcas indeléveis, cicatrizes...
Amei por tantas vezes, mais que pude,
Acertos que cometem aprendizes...
Não quero ter limites para amar,
Porém as chagas vivas da paixão
Impedem a minha alma de voar,
Contendo meus desejos sobre o chão...
Quem dera ter a força de vencer
O medo que transtorna e que detém,
Sabendo que esse amor pode doer,
Essa barragem louca se retém...
Só peço neste amor intensidade
Que tinha há tanto tempo; mocidade...
79
Em teu retrato vejo essa tua alma
Nos oráculos gregos, minha amada,
Na casa d’Eros lendo em tua palma
Em meu amor serás banhada...
A tua aura lerei sem saber sina,
Dessa não quero ter nenhum sabor...
Só quero te ter, toda, na menina,
Sedenta onde encontrei total calor...
Te farei poesias do instantâneo
A sorte te trarei em cada verso,
Das orlas desse mar mediterrâneo
No carinho e no sonho mais diverso...
Dispondo do prazer com vivo ardor,
Nas tramas de Cupido, todo amor!
5580
Em todo esconderijo; refugia
A perspicaz saudade. Julguei morta,
Mas vem, revigorada a cada dia...
E sempre que tentar fechar a porta,
Escapa por milagre, alvenaria...
Forte aço de seus dentes, fera, corta,
Transforma todo amor, feitiçaria...
Quem sobreviverá, u’a moura torta!
Refuta a liberdade, quebra os ossos,
Marcada cicatriz a ferro e fogo.
Irônica, gargalha meus destroços...
Penetra, vai rasgando a minha pele...
Não perde, sempre ganha o triste jogo,
À morte, ao suicídio, me compele!
Marcos Loures
81
Em teu corpo escrever mil poesias,
Usando minhas mãos; firme caneta,
Marcando com desejos, ardentias,
A boca vai trilhando qual cometa
Penetra cada ponto, nas magias
Que fazem nossa noite mais completa
Promessa de delícias, tantos dias,
Assim quem sabe, sinto-me poeta...
Relaxas, tranqüilizas, nem te moves...
Apenas um sorriso breve aflora,
Cicatrizes? Bem sei que assim removes
E deixa a poesia te invadir...
Querida, este terceto feito agora,
Não cansa de implorar. Quer repetir...
82
Em teu corpo brinquedos e folguedos,
Viagens, gozos, sonhos e delícias.
A boca que te explora traz primícias
De um jogo a desvendar os teus segredos.
Penetram, te acarinham, sábios dedos
Audazes descortinam em carícias,
Sorrindo, sutilmente, com malícias,
Os cofres se ofertando em tais enredos.
As águas escorrendo nas montanhas,
Entregas cada cofre e seus mistérios
Esfregas com loucura, tuas sanhas
Desvendam-se em luxúria e sedição.
Tu sabes que no amor não há critérios
Apenas puro instinto em explosão...
83
Em tanto estardalhaço eu não mais tardo
E tento ser enfim, tão pontual,
Amor quando sonega um ritual
Parece pra quem ama algum petardo.
Quem dera se eu pudesse ser um bardo
Cantando o teu molejo sensual,
O sonho feito em paz, consensual,
Fingindo recolher espinho e cardo.
Mas nada das manadas da esperança
Em bando as andorinhas se arribaram
A corda arrebentando do meu lado
O vento em dissabor, chegando alcança
Aqueles que em loucura se entregaram,
O coração ainda disparado...
84
Em ti eu encontrei veneno e mel,
Ao mesmo tempo adoça e me inebria
Estrela que se deita em fogaréu,
Deixando que se pense em alegria.
Galopo esta esperança, meu corcel,
Que foge mal renasce o claro dia.
Nublando neste instante, todo o céu
Melífera expressão feita agonia...
Do bote da serpente que se ri
O mundo que sonhei e que perdi,
Enquanto me sacia, assim devora
Marcando com teus dentes minhas costas,
Cortando a fantasia em frias postas,
De todos os meus versos, a senhora...
Marcos Loures
85
Em ti encontro a minha semelhança,
Reflexos que se perdem num espelho,
Tão grande a perfeição desta aliança
Ao teu olhar eu quero e me assemelho.
Amor não necessita de conselho,
Premissa de uma vida em aliança
O quanto em nosso amor, eu já me espelho
Expressará no que perdi; mudança.
Um verso enamorado já diz tudo,
Sentimento jamais será escudo
A par dessa verdade nada temo.
Vida que mostra o barco traz o remo
E assim caminharemos sem temores.
Sabendo dos espinhos, ganho as flores.
Marcos Loures
86
Em ti amada amiga, eu me completo
Teimosamente nada me segura,
No colo em que percebo esta ternura
O laço, com firmeza, predileto.
A ti em plenitude me arremeto
Com lealdade em laivos de candura
Amor que em placidez já se perdura,
Expressa um bom caminho em paz, aberto.
A fonte inesgotável da esperança
Dessedentando uma alma em temperança
Ressalta uma alegria. E desde agora
Sabendo deste amor inigualável,
Na flama intensamente demonstrável,
A luz que é libertária, assim se aflora.
Marcos Loures
87
Em ti, querida, encontro a minha luz;
Abelha-mel que adoça e que maltrata.
No mel desta colméia se produz
Enigma que me educa enquanto mata.
Desejo de deslumbre, de alcaçuz.
Na picada feroz amor retrata,
Carinho de guerreira, de um obus...
Em cada verso que faço, me destrata...
Beijando e me mordendo sem pudores
Amante desejada, quero o mel!
Vasculha por destinos, fossem flores...
É manto que me caça e que me alcança.
Amor que num momento traz o céu
Pacto que fiz com Deus, nossa aliança...
Marcos Loures
88
Em teus lábios vorazes um veneno
Que traz em agridoce tal prazer
Da sorte que eu desejo; um leve aceno
A fome que é gostosa de se ter.
Vontade de beber da fonte e pleno;
Inebriadamente me perder
No fogaréu divino, em brasa e ameno
Numa avidez insana, um bem querer.
No rastro de teus olhos sou falena
Num louco suicídio, a claridade
Que em chama e labareda já me acena
Chamando para o gozo mais cruel
Fartura em que se dá felicidade,
Pecado que me arrasta para o Céu...
89
Em teus braços persisto sempre imerso...
Tu és vulgar, terrível ser ególatra.
Compartilho caminhos, vou disperso.
A boca que beijei, por certo idólatra!
Idolatrada amada. Cadafalsos
Reconheço através de teu delírio!
Os medos que possuo, todos falsos,
Não cabem nem sequer no meu martírio!
Quem me dera saprófita esperança.
Vivesse nos meandros da saudade...
Nos olhos mais sutis nunca se avança,
Quem fora mais criança, nunca há de!
Em teus braços resisto merencório!
Amor te reconheço tão notório!
Marcos Loures
5790
Em teus braços desejo e temperança
Mistura que permite andar em paz.
Do quanto nosso amor me satisfaz
É feita a cada noite esta festança.
Amor que se promete em aliança
Felicidade e glória sempre traz
O beijo em tua boca, mais audaz
Expressa o nosso sonho riso e dança.
Não tendo em meu caminho uma ameaça
A vida em mansidão sublime passa
Mudando a direção torta dos ventos.
Agora que consigo vislumbrar
Ao fim da tarde um mágico luar
Solto as rédeas, liberto o pensamento...
Marcos Loures
91
Em teu rosto vermelhas açucenas,
Na verdade transmudam-se douradas...
Buscando formosura morrem plenas.
No brilho de teus olhos, madrugadas...
Nas barcas dos meus sonhos, tantas cenas
Me levam ao sabor das alvoradas.
Borboletas chegando: cem, centenas,
Repetem tuas mãos tão delicadas...
Traduzo meus amores em teu nome.
Trazendo tantas flores tua pele...
A fonte dos desejos me consome...
Quem dera fosses minha, és tão formosa...
A teus braços, a vida sempre impele.
As urzes, os espinhos... Perco a rosa!
92
Em si denota a sacra eternidade,
A tradução perfeita que se busca
Trazendo fantasia à realidade,
Um cais que em sossega a antiga busca.
Amor em harmonia, um bel concerto
Em lúdicas estâncias versos, som.
Ao pressupor caminho em paz, aberto,
Expressa a divindade em raro dom.
Gravada em nossa pele, tatuada
Em líricas palavras, sentimento.
Arando uma esperança em foice e enxada
Espalha sobre a terra o bom ungüento
Calando dentro em nós a redenção,
Bendita e benfazeja floração...
Marcos Loures
93
Em seus braços eu vivo uma ilusão,
Seu amor me defende e nisso sonho.
Pois tudo nessa vida a que proponho
Encontra em seu carinho, proteção...
Não sei o quanto custa uma paixão
Sem ser correspondida. Trago a sorte
Bendita e benfazeja do seu norte.
Em seu nome, a perfeita tradução...
Mas, quando a madrugada traz o frio,
O medo de perder, um calafrio,
Abraças-me em perfeita sincronia.
Sandra eu viverei sempre do teu lado
Sem temer a saudade nem o Fado
Em nossa cama reina essa alegria!
Marcos Loures
94
Em rios de prazer à noite aflora
O corpo que se entrega sem juízo.
Nudez quando em nudez já se decora
Permite vislumbrar um paraíso.
Eu quero o teu desejo desde agora
No toque mais sutil e mais preciso,
O gozo tão sublime revigora
Nesta aquarela rara eu me matizo
Vagando cada ponto, porto e cais,
Em teus ancoradouros, quero mais
Sentindo esta explosão de amor orgástico.
O mar que nos invade em fogo e fúria,
Tomado pelos ventos da luxúria
Num vendaval divino e tão fantástico.
95
Em seu castelo dorme uma princesa,
No reino mais bonito destas plagas;
Rainha da alegria e da beleza,
Dona de mãos tão belas quanto magas.
Montado em seu corcel, um cavaleiro
Que veio de distantes terras quentes,
Sozinho sem sequer um companheiro
Na busca de sorrisos mais contentes
Encontra este castelo/fantasia
Depois de tantos dias caminhando.
Ao ver essa princesa que dormia,
Percebe como a vida foi tão grata.
E como se estivesse assim sonhando,
Nos braços a rainha ele arrebata...
96
Em raro brilho, o sol de primavera
Adentra a nossa casa, na manhã;
Matando a solidão – terrível fera –
Amor já vai cumprindo o seu afã.
Essa mulher bonita que me espera
Sorrindo na beleza da manhã
Convidativamente toda nua
Por sobre estes lençóis de seda pura.
O brilho no meu quarto continua
Tomado por carinhos e ternura.
Nesta união perfeita, minha e tua,
Jamais conheceremos noite escura.
Na eterna primavera que vivemos
Somente frutos, flores, recolhemos...
97
Em praias e desertos mais longínquos
Amor fez seus castelos e reinados,
Os passos se bem dados são profícuos
Irmanam tantos sonhos, laços, Fados.
Dos píncaros aos vales mais profundos,
Amor é portador de um bem maior.
Ao amainar tempestas, ganha os mundos
E mostra novamente a se compor
Uma existência outrora tão sofrida,
Que num momento torna-se mais forte.
Amor; o vencedor; emana vida,
E deixa mais distante a triste morte.
Nos braços deste deus, menino arqueiro,
O poder de mudar o mundo inteiro.
Marcos Loures
98
Em tantas solitudes me desfaço
Rompantes entre risos e carícias.
O sol vai ocupando cada espaço,
Da dor não quero nem saber notícias.
As luas que se foram, tão fictícias
Não deixam no meu quarto sequer traço.
Já não suportarei tolas milícias
Escrevo o que quiser. Bye! Um abraço.
Se pego no flagrante, nem disfarço,
Desamarrei dos sonhos, seu cadarço,
Embaço o refletor dos olhos teus.
Amasso os meus poemas, velhos tolos,
Receitas diferentes de outros bolos
Deixando o doce gosto de um adeus....
99
Em tantas ilusões e desafogos,
Meu verso te buscou vagando a esmo.
Soltando de alegria tantos fogos,
Vivendo esquecido de mim mesmo.
Agora que te encontro, sem ter medo,
Agora que te toco, minha amada.
Descubro que viver não traz segredo
É simples a manhã, nossa alvorada...
Preciso de teu colo, sem perguntas,
Preciso desta boca junto à minha,
As noites divididas andam juntas,
Não sei mais com que pernas tu caminhas.
Apenas não concebo solidão,
Aramos, em conjunto, o mesmo chão!
5800
Em tal enleio trazes teu carinho
Que me remeto aos tempos mais antigos,
Procurando encontrar talvez um ninho
Que proteja de males e perigos...
Farturas onde encontro os arremedos
Do tempo em que vivemos mais distantes
Trazíamos quimeras, tantos medos,
Por vezes nossas vidas degradantes...
Na poda destes sonhos, cabisbaixo,
Mendigo teu perdão, mas nada fazes,
Por vezes ao te ver, cedo me abaixo,
E cedo conhecendo as tuas fases...
Amor que quase sempre lembra a lua,
Nas vestes, tua pele, exposta e nua...