Inconseqüente?
Quisera eu ter a faculdade de compreender
através das palavras traçadas/tecladas,
Conscientes ou que inconscientemente trazem à tona
os anseios ocultos, os desejos reprimidos
nos recônditos da alma imortal.
Quisera compreender...
Não apenas, meros conceitos,
que se perdem no tempo e no espaço,
se dissociadas dos sentimentos
que as revitalizam, revigoram,
eternizam, emotizam,
Tornando-se a real razão de Ser.
Há que se pensar no momento,
em que a "magia"
é a força motriz da felicidade.
Quisera compreender...
como magia, o desejo
que cria formas,
que sai do mundo das idéias,
que se materializa,
ganha tangibilidade,
cheiro e texturas
trazendo consigo
indescritíveis sensações
e emoções.
Quisera compreender o por quê
De não se dar asas aos sonhos...<br />Reprimi-los?
Ignorá-los?
Por que se através deles nos instrumentalizamos?
Falo de sonhos e não pesadelos...
Falo de momentos de intensas trocas,
onde as energias fluem,
Restabelecem o equilíbrio.
Onde uma inspiração
ou um profundo suspirar
Traduzem milhões de palavras.
Onde o silenciar
é um convite eloqüente.
Quisera compreender...
Mas, inúmeras vezes percebo
a alma como uma concha...
Hermeticamente fechada,
que pode conter em seu interior,
Apenas grãos de areia...
Ou uma jóia rara.
Quisera compreender...
por que
falar de sentimentos
pode ser inconseqüente,
marginal?
Por que incompreendida?
Por buscar
nos próprios labirintos
a razão de ser?
Por ser sensível...
Gostar de olhar o mar...
Andar descalça na areia...
Interagir com a natureza...
Por deixar que a emoção-energia
Transcenda...
Por falar com os olhos...
Perceber a alma...
Desejar ser feliz...
Inconseqüente?
05/11/2005
Juli Lima
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