Um capricho de mãos postas
Prostrou-se de joelhos
Com a intenção rarefeita
E rezou orações às postas
Como se dizem evangelhos
Fitando uma nesga estreita,
Que lhe dava o vislumbre
De um querer combiçoso
Ainda encostado ao altar.
Sôfrego de deslumbre
Arremessou-se pomposo,
Numa palidez sem esgar,
À vontade rija e rara
Que lhe consumia o querer.
Sem sangue encarnado
Que lhe regasse a cara,
Aninhou uma expressão de morrer
Que lhe frisava o ar descarnado
E, rilhando os dentes,
Afundou as falangetas
Em tecido mole e palpitante.
Por ali ficaram momentos ridentes
Agarrados aos dedos anacoretas
De um juízo sempre distante.
Valdevinoxis
A boa convivência não é uma questão de tolerância.
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