O tempo é corcel
troteando a vida
em sinuosos caminhos.
Há um rombo do tempo
no barco a sangrar
e há a gaivota perdida
sem mastro a chorar.
Chora alvoradas
em que os cios das águas
despertavam marés
e sente-lhe as mágoas
a rebentar o convés.
O barco é corcel
o barco é meu leito.
E o tempo tão célere
foge-me dos horizontes
em inúteis esperas
de melhores marés
no corcel do meu peito.
O barco a afundar...
E a gaivota esvoaça
no cimo do mastro
doutro barco a passar.
Quisera eu ser poeta
Quisera eu ser pintor
Escrever telas e pintar poemas
Escrever, pintar, pintar,escrever
A humanidade com muita cor