Bailando um soneto
Urde um verso
Na teia do Poema
Lépido um outro
Segue a cena;
Urdindo o tear …
E são três na novena,
À espera do quarto
Que a rima ordena.
Num teor sentido
Um quinto aflora
E num ápice repetido
Um sexto se forma.
Ao sétimo, é preciso
As sílabas juntarem
Formando um oitavo
E um quarteto, torna.
Ao nono acresce
Um verso de amor
Dez sílabas, é o décimo
Vem o "onze" sorrateiro
E um terceto aparece
Vem o "doze" e reclama
Ficar só é péssimo:
Venha, o décimo terceiro!
Sem o décimo quarto
O soneto não tem fim…
De amor ou solidão
Ou de lânguida paixão
Heróicos de Camões,
Alexandrinos, de Assis;
Os sonetos são, Canção!
Estende-se na memória
De todo o que "O" canta
De alma que se alevanta,
Em chama e em Glória
Catorze versos, melodia,
Formam o tear da poesia
Onde o poeta com mestria
O soneto reverencia!
Cecília Rodrigues