Filho da Rua
Há naqueles olhos uma tal dor
E em seu sorriso uma ansiedade.
Lembra-se da "cola" vai pra cidade;
Suprir a revolta, do desamor!
Perambulando vá para onde for,
Ôco de gestos, amor e piedade.
Urde loucuras sem liberdade,
Sua alma arde, vive sem calor!
Envolto em simples vestes ele nasceu;
No ócio de seus dias, mendiga:
Cheirando "cola" entra em seu apogeu;
Tem mãe...pai...mas não tem quem o abrigue.
Pois foi o destino quem o escolheu:
Ser filho da rua, em dias de breu!
Cecília Rodrigues