Eu não tenho absolutamente nada
Tenho somente o facto linguistico que faz juz à palavra vazio.
Tudo que senti já partiu.
E restei eu
Resultado de uma baralhada de equações entrelaçadas
Onde no meio de palhaçadas
Casaram-se verbos
E pariram-se adjectivos
Eu não sou nada
Sou somente o nome que me deram
Vulgar como um botão
Andei na boca de alguma gente
Até encontrar a solidão.
E apaixonei-me
Apaixonei-me pela ausencia verbal
Por não ter que nada
Por a minha vida estar cansada
E eu como observador
Concordar.
Paga-se um preço
Por ocupar este lugar
Mas é aqui que eu quero estar...
A observar.....
A acabar.