Haja talvez um lugar
onde eu possa estar
em que me sinta amnioticamente
protegido?
Um conforto longínquo
afastado do mais ínfimo pulsar
onde abafados os sentidos
sintam somente a paz literal de um verbo estar.
Longe de qualquer acção, de qualquer movimento.
Um Lugar-Mãe
que me aperte novamente contra o seu peito
um fluído amniótico
que me faça sentir novamente O eleito
através de um amor de um organismo qualquer.
Faz-me falta ser filho outra vez.
Ser novamente alimentado por um umbigo de quem me ama,
num estado de pré-tudo de quem ainda nada quer.
Que saudades uterinas.
Se eu pudesse uma vez mais escolher
entre irromper pela a luz e o ruído adentro
ou ficar na calma e silenciosa escuridão de teu útero
como um bêbado ao balcão de um bar na hora de fechar..
... deixar-me-ia estar
até chamarem a policia.