Após muitos meses de dormência, a água vertida pelas nuvens e absorvida pela dura casca de proteção faz seu efeito e, enfim, a semente reage ao calor do sol e insufla-se, insufla-se até explodir...
Duas pequeninas folhas, timidamente, erguem-se num caule muito delicado que aos poucos rompe a barreira do solo e desponta para receber a caricia dos raios do sol.
Espreguiça-se, alonga-se em direção ao astro-rei e em direção aos frondosos ramos da árvore-mãe...
Ouve sussurros, risadinhas, gritinhos felizes... Olha aos lados e vê outras plantinhas iguaizinhas a si mesma! Chama-as baixinho e, como não é ouvida, chama cada vez mais alto, até ser ouvida por todas...
Fica então sabendo que são todas irmãs, filhas da majestosa árvore cuja sombra as protege da inclemência do sol e do vento.
Observa pequenos bichinhos que saltitam daqui para lá, parecendo muito felizes! Chama um grilo que passa a seu lado e começam a conversar...
Ele fala de tudo o que acontece nas redondezas...
Fala do rio que corre ali perto e que umedece a terra, inclusive as raízes da arvore-mãe...
Fala dos peixes, das larvas que habitam suas águas... Fala das flores que enfeitam as margens do rio e das borboletas coloridas que voam sobre elas, alimentando-se de seu néctar precioso...
Mostra-lhe um beija-flor e conta-lhe que a delicada avezinha também se alimenta do néctar das flores e coopera na polinização, como as borboletas, só descansando à noite deste mister.
Fly encanta-se com tudo o que ouve e sente seus olhinhos fechando-se de sono...
Boceja e dorme feliz, afinal, sua vida está apenas começando...
Texto INÉDITO Nesta Data Jales (SP), 08/janeiro/2009 – 22h40m.
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