por entre os seus poemas colho indícios
do caos
ruínas ecos vozes
como peças de um puzzle
um mapa mundi
talvez simplesmente o que vendo
e nunca de facto vi
mas que a palavra desperta
talvez sequer a palavra
ela mesma
fruta
nomeável definível
mas o suco que sinto no palato
esse sim
mor indício do mundo
que colho e disponho na grelha
e a mesa pronta
com sua toalha de linho
sobre a qual acorda
de todos os meus gestos a memória
Xavier Zarco