Eles não sabem nem lhes importa
Que a vida seja uma injustiça.
Se lhes batessem a cara na porta,
Talvez clamassem por justiça.
Eles não sabem o que é vagar
Neste mundo tão desfavorável.
Onde arranjar onde trabalhar
É um sacrifício sempre mutável.
Eles não sabem nem sonham
Que para o homem se realizar,
Tem de haver os que ponham
As coisas no seu devido lugar.
Eles não sabem o que é ser feliz,
Olhando o riso de uma criança.
Nem nada lhes diz,
O que é ter da vida a esperança.
Mas nem tudo está perdido
Para o homem, neste mundo
Tão inefável e ofendido,
Onde o que conta é o fatal segundo.
Assim sejamos o engrandecimento,
Que faz de nós seres altruístas.
Recolhamos todo o ensinamento,
Como se fossemos cientistas.
Eles não sabem o que é a vida,
Passando por ela condignamente.
Pois ela só nos é indevida
Se não a vivermos dignamente.
Jorge Humberto
26/08/07